Foto: Reprodução Agência Brasil
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Interlocutores do governo afirmam que, se já estava difícil obter dos EUA a suspensão das sanções aplicadas a cidadãos brasileiros, a prisão preventiva de Jair Bolsonaro torna o objetivo ainda mais distante.

A percepção é de que Washington não deve adotar novas medidas punitivas, a menos que o presidente Donald Trump tome alguma iniciativa fora do previsto.

O Brasil aguarda a resposta americana ao pedido de suspensão temporária da alíquota adicional de 40% e da reversão de sanções impostas a autoridades, entre elas o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O vice-secretário de Estado Christopher Landau chamou a prisão de “provocativa e desnecessária”, enquanto o secretário de Estado Marco Rubio manteve silêncio público.

Na última semana, Trump ampliou a lista de produtos brasileiros isentos da sobretaxa, excluindo 238 itens que representam 10% das exportações do Brasil aos EUA.

Com as isenções anteriores, 36% das vendas ao mercado americano já não pagam a tarifa extra. Entretanto, 22% seguem sujeitas à alíquota total de 50%, e outros 15% continuam pagando os 10% gerais.

Em eventual acordo, o Brasil pode ter de oferecer contrapartidas em temas como regulação de big techs, minerais críticos, propriedade intelectual, conteúdo local e incentivos.

Paralelamente, o país segue sob investigação da Seção 301. Esta apura barreiras ao comércio digital, restrições ao etanol americano, proteção à propriedade intelectual, uso do Pix e fiscalização ambiental.