
Putin decidiu manter a ofensiva na Ucrânia, mesmo após as ameaças de Donald Trump. Três fontes próximas ao Kremlin revelaram à Reuters que o presidente russo seguirá com a guerra até que o Ocidente aceite negociar sob seus termos.
A decisão demonstra que o líder russo não recuará, mesmo diante de novas sanções econômicas ou diplomáticas.
Putin condiciona cessar-fogo a exigências territoriais e militares
Embora o conflito se arraste desde 2022, Putin reforçou as exigências para qualquer cessar-fogo. Ele quer que a Ucrânia reconheça como território russo as regiões de Crimeia, Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson.
Além disso, exige a retirada total das tropas ucranianas dessas áreas, o fim do envio de armamentos pelo Ocidente e o veto definitivo à entrada da Ucrânia na Otan. Portanto, o Kremlin mostra que só encerrará o conflito após obter ganhos políticos e territoriais concretos.
Trump reage com novas ameaças e retoma apoio militar à Ucrânia
Em resposta, Trump prometeu tarifas de 100% contra a Rússia e seus aliados econômicos, caso Moscou não aceite um acordo de paz em até 50 dias.
Além disso, o presidente americano anunciou o envio de novos sistemas antimísseis Patriot à Ucrânia, sinalizando uma reaproximação com Kiev. Apesar de inicialmente adotar uma postura mais conciliadora, Trump agora intensifica a pressão sobre Moscou.
Rússia minimiza sanções e insiste em manter estratégia militar
Autoridades russas rapidamente reagiram às declarações americanas. O ex-presidente Dmitry Medvedev afirmou que “a Rússia não se importa”.
Ao mesmo tempo, o Kremlin classificou as falas de Trump como “sérias”, mas reafirmou que Moscou continuará sua ofensiva. Dessa forma, Putin deixa claro que não aceitará pressões externas como argumento suficiente para recuar.
Embora as sanções de 2022 tenham isolado a Rússia comercialmente, Putin acredita que a economia do país tem força para resistir. Segundo o chanceler Sergey Lavrov, o governo já está preparado para lidar com novas medidas. Por isso, o Kremlin não considera o impacto econômico como um obstáculo relevante no avanço da guerra.
Putin mantém contato com Trump, mas prioriza interesses russos
Apesar das trocas diplomáticas com enviados americanos, como Steve Witkoff, Putin não vê um plano de paz realista vindo de Washington. Conforme afirmaram fontes da Reuters, o presidente russo valoriza o diálogo, mas coloca os interesses estratégicos da Rússia acima de qualquer relação pessoal.
Mesmo após conversas frequentes, ele acredita que os EUA não discutiram de forma séria os fundamentos para um acordo duradouro.
União Europeia apoia Trump, mas quer ação mais rápida
Enquanto os EUA endurecem o tom, a União Europeia cobra urgência. A chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas, considerou positiva a postura de Trump, mas criticou o prazo de 50 dias.
Segundo ela, o tempo é longo demais, já que civis continuam morrendo diariamente. Assim, líderes europeus pedem ações imediatas para conter os avanços russos.