
Tesla (TSLA34) alcança US$ 1 trilhão, mas resultados ainda não justificam valor
A Tesla, uma das companhias mais valiosas do mundo, segue valendo cerca de US$ 1,04 trilhão.
No entanto, essa cifra impressiona mais pelo otimismo dos investidores do que pelos lucros.
Analistas apontam que apenas US$ 20 por ação refletem resultados reais. O restante, portanto, depende de apostas em tecnologias que Elon Musk ainda não entregou.
Nesse contexto, o próprio Musk já afirmou: “Se você não acredita na autonomia, não deveria investir na Tesla.” Assim, milhões seguem acreditando — talvez até demais.
Tesla impulsiona expectativas com robotáxi, mesmo sem tecnologia finalizada
A empresa marcou para 22 de junho, em Austin, o lançamento do Cybercab, primeiro robotáxi da Tesla. O modelo, sem volante nem pedais, promete revolucionar a mobilidade urbana.
Ainda assim, o sistema Full Self-Driving (FSD) exige supervisão humana e está sob investigação por acidentes.
Apesar disso, o mercado mantém o entusiasmo. Por exemplo, Adam Jonas, do Morgan Stanley, afirma que o setor de robotáxis pode valer sozinho US$ 250 por ação. Logo, grande parte do valor da Tesla depende desse sucesso.
Tesla enfrenta queda nas vendas e sofre impactos da crise política
Contudo, o cenário atual traz desafios sérios. Em maio, o Reino Unido registrou queda de 36% nas vendas da Tesla. Ao mesmo tempo, a chinesa BYD superou a montadora em veículos elétricos na Europa.
Nos Estados Unidos, a situação política também afeta os negócios. Musk rompeu com o governo Trump e abandonou funções em Washington. Como resultado, a Tesla perdeu US$ 150 bilhões em um único dia — sua maior desvalorização desde 2020.
Além disso, a empresa pode perder até US$ 1 bilhão por ano se o governo encerrar contratos federais e subsídios para veículos elétricos.
Tesla mantém margem baixa e depende de promessas não realizadas
Atualmente, analistas estimam que o negócio tradicional da Tesla — carros e energia — vale entre US$ 50 e US$ 100 por ação. O restante do valor de mercado vem da expectativa sobre robôs, IA e transporte autônomo.
Enquanto isso, Musk ainda não lançou o prometido carro popular, citado desde 2006. A linha de produtos continua restrita e a margem de lucro caiu para 17%, semelhante à de montadoras tradicionais como Ford e GM.
Elon Musk ainda sustenta valor, mas gera desconforto
Musk continua sendo o principal motor da valorização da Tesla. Investidores enxergam nele a figura que pode transformar a mobilidade global.
Contudo, sua influência excessiva preocupa. Diversos analistas afirmam que o valor da ação está diretamente ligado à imagem do CEO.
Portanto, cresce a pressão para que ele foque na Tesla e abandone disputas políticas ou outros projetos paralelos.
Ainda assim, muitos hesitam em duvidar de alguém que já aterrissou foguetes e transformou toda uma indústria.
Investidores seguem divididos entre fé e fundamentos
A Tesla mantém o status de gigante trilionária. No entanto, os fundamentos financeiros não acompanham esse valor.
Com vendas em queda, lucro menor e promessas ainda distantes da realidade, a empresa vive um dilema.
Assim, os investidores precisam escolher: seguir confiando em Elon Musk ou adotar uma visão mais cautelosa baseada em resultados concretos.