
Em meio a uma nova rodada de tensões entre China e EUA e à instabilidade nos mercados, o presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu nesta quinta-feira (10) sua política tarifária durante reunião com o gabinete na Casa Branca. Segundo ele, o país enfrenta um “custo de transição”, mas está em “muito boa forma”.
“Estamos muito, muito felizes com a forma como o país está sendo conduzido. Haverá um custo de transição, problemas de transição, mas, no fim, será algo belo”, disse Trump, de acordo com o InfoMoney. Ele reconheceu os impactos de curto prazo provocados pelas tarifas sobre importações.
Trump também voltou a afirmar que os EUA estariam arrecadando “bilhões de dólares por dia” com as tarifas — argumento frequentemente contestado por economistas, que lembram que quem paga as tarifas são os importadores norte-americanos, e não os países de origem das mercadorias.
“O que estamos fazendo é só colocar de volta no lugar, estamos reorganizando a mesa”, disse Trump. “Estamos trabalhando em algo que seja bom para ambos os países (EUA e China).”
Em relação à União Europeia (UE), que anunciou nesta quinta-feira uma pausa em medidas retaliatórias que estavam previstas para entrar em vigor na próxima semana, o presidente norte-americano comentou que “eles foram firmes, mas foram espertos”.
Inflação e juros colocam em xeque continuidade das tarifas de Trump
A “era dourada da américa”, slogan de campanha do presidente norte-americano Donald Trump, não está sendo bem-vista pelo mercado. As políticas tarifárias dos EUA vêm sofrendo revelias e desestabilizando as bolsas. A previsão, segundo especialistas ouvidos pelo BP Money, é de flexibilização no curto prazo.
A decisão de Trump em suspender as tarifas recíprocas por 90 dias aos países, com exceção da china, deixou o Fed, banco central norte-americano, em um dilema: cortar a taxa de juros para ajudar a evitar uma desaceleração econômica ou mantê-las altas para prevenir novas altas da inflação.
Marisa Rossignoli, Conselheira do CORECON SP, aposta na manutenção da taxa de juros pela autarquia estadunidense. Ela aponta que assim que as tarifas impactarem o padrão de consumo da população, aliado a uma queda de popularidade e pressão popular levarão a uma flexibilização das medidas.