O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu o tom contra a Rússia nesta segunda-feira (14). Ele anunciou que aplicará tarifas severas de 100% sobre produtos russos caso o presidente Vladimir Putin não aceite um cessar-fogo na Ucrânia em até 50 dias.
“Estamos muito, muito insatisfeitos com a Rússia. Se não houver acordo, aplicaremos tarifas muito severas”, afirmou Trump. Segundo a Casa Branca, a medida entrará em vigor imediatamente caso o prazo não seja cumprido.
A declaração ocorreu durante uma reunião com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca. Assim, o governo norte-americano busca pressionar Moscou de forma econômica para encerrar a guerra.
Tarifas severas vêm acompanhadas de envio de sistemas Patriot à Ucrânia
Além da ameaça econômica, Trump reafirmou o envio de novos sistemas de defesa Patriot à Ucrânia. Ele destacou que os equipamentos devem chegar “dentro de alguns dias”. Para agilizar o processo, países aliados da Otan devem trocar baterias já posicionadas. Dessa forma, Kiev poderá usar os sistemas imediatamente.
O sistema Patriot, considerado o mais avançado do Ocidente, custa cerca de US$ 3 milhões por unidade. Ele intercepta e destrói mísseis e drones russos no ar. Embora seja eficaz, o envio dos Patriots já provocou reações de Putin, que classificou a ação como “provocação direta”.
Mesmo assim, Trump reforçou que “é um complemento completo com as baterias”, demonstrando compromisso com a segurança da Ucrânia.
Fragilidade nas relações comerciais com a Rússia
Embora as sanções tenham sido aplicadas desde 2022, as relações comerciais entre Estados Unidos e Rússia continuam ativas. Em 2024, os dois países movimentaram US$ 3,5 bilhões em mercadorias. A lista inclui fertilizantes, metais e combustível nuclear. Porém, até agora, Moscou ficou fora do tarifaço anunciado por Trump em abril.
Com a nova postura, o governo norte-americano sinaliza que colocará a Rússia sob pressão total. Portanto, o comércio bilateral pode sofrer novos bloqueios.
Ameaça sela reaproximação de Trump com a Ucrânia
Desde o início de seu segundo mandato, Trump demonstrava disposição em se reaproximar de Putin. Em fevereiro, ele chegou a criticar publicamente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma reunião conturbada na Casa Branca. Após o episódio, suspendeu parte da ajuda militar a Kiev.
No entanto, a resistência de Moscou em aceitar um cessar-fogo causou uma guinada no posicionamento do presidente americano. Recentemente, Trump criticou duramente os bombardeios russos e chamou Putin de “inútil”. Agora, ele se reposiciona como aliado da Ucrânia, tanto politicamente quanto militarmente.
Com as novas tarifas severas e o reforço bélico, Trump deixa claro que pretende atuar com firmeza para pôr fim ao conflito. Ao alinhar diplomacia e pressão econômica, ele aposta na força como caminho para a paz.