
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (28) que pretende implementar uma “pausa permanente” na imigração de todos os “países do Terceiro Mundo”.
A declaração ocorre após a morte de uma integrante da Guarda Nacional em um ataque perto da Casa Branca.
A medida representa um novo endurecimento das políticas migratórias adotadas por Trump desde o tiroteio ocorrido na quarta-feira (26). Segundo investigadores, o ataque foi realizado por um cidadão afegão que entrou no país em 2021 por um programa de reassentamento.
Trump não detalhou quais países seriam afetados nem explicou o significado da expressão “pausa permanente”. Ele ainda afirmou que o plano incluirá casos de imigração aprovados durante o governo de Joe Biden.
“Farei uma pausa permanente na migração de todos os países do Terceiro Mundo para permitir que o sistema dos EUA se recupere totalmente. Encerraria todas as milhões de admissões ilegais de Biden (…) e removeria qualquer pessoa que não contribua para os EUA”, publicou o presidente no Truth Social.
Trump também disse que pretende cortar benefícios e subsídios federais destinados a “não cidadãos”, além de “desnaturalizar imigrantes que prejudiquem a tranquilidade doméstica”. Segundo ele, seriam deportados estrangeiros classificados como risco à segurança, custo para o Estado ou “incompatíveis com a civilização ocidental”.
A Casa Branca e o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA não responderam imediatamente aos pedidos de comentário da Reuters.
A fala veio após a morte de Sarah Beckstrom, 20 anos, integrante da Guarda Nacional da Virgínia Ocidental, baleada no ataque. O sargento Andrew Wolfe, 24, também atingido, segue internado em estado crítico.
Autoridades do Departamento de Segurança Interna afirmaram anteriormente que Trump havia determinado uma revisão ampla dos casos de asilo aprovados durante o governo Biden e dos Green Cards emitidos para cidadãos de 19 países.
O suspeito do ataque, identificado como Rahmanullah Lakanwal, 29, recebeu asilo neste ano, já sob o governo Trump, conforme registro visto pela Reuters.
Ele havia chegado aos EUA em 2021 por um programa de reassentamento criado após a retirada militar do Afeganistão, que resultou na queda do governo afegão e na retomada do poder pelo Talibã.
Antes do anúncio da “pausa permanente”, Trump publicou que centenas de milhares de pessoas teriam entrado nos EUA “sem verificação e sem controle” durante o que chamou de “horrenda” ponte aérea do Afeganistão.
Na quarta-feira (26), o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA suspendeu por tempo indeterminado o processamento de pedidos relacionados a cidadãos afegãos.