Em um momento de tensão moderada nas relações comerciais entre Washington e Pequim, o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou que pretende adotar uma abordagem mais branda em relação à China.
Durante entrevista concedida nesta terça-feira (22) a jornalistas no Salão Oval, Trump evitou o tom agressivo de discursos anteriores e destacou a importância de construir um novo entendimento comercial entre as duas maiores economias do mundo.
“Não vou dizer ‘Vou jogar duro com a China’. Vou jogar duro com você, presidente Xi? Não, não. Vamos ser muito gentis. Eles vão ser muito gentis e vamos ver o que acontece”, disse o presidente ao comentar sobre a perspectiva de uma nova rodada de negociações com o governo chinês.
O foco da entrevista, no entanto, recaiu sobre as tarifas que incidem sobre produtos importados da China, atualmente em até 145%. Ao ser questionado sobre declarações recentes do secretário do Tesouro, Scott Bessent — que sugeriu que a alíquota está excessivamente elevada —, Trump reconheceu que os tributos podem ser revistos.
“Não será tão alta, mas não será zero”, afirmou. Ele também acrescentou que as tarifas serão reduzidas substancialmente”.
Trump justificou as medidas como parte de um processo de reestruturação comercial. “(Estamos em um ‘período de transição’)”, explicou, ao reforçar que sua intenção é proteger a produção interna dos Estados Unidos e incentivar a criação de empregos dentro do país. “(Se eles fabricarem seus produtos nos EUA, não temos tarifas. Acolhemos as pessoas)”, declarou.
Além disso, o presidente defendeu os tributos já em vigor sobre setores estratégicos como aço, alumínio e veículos, classificando-os como instrumentos essenciais para fortalecer a economia nacional. “(Temos algo que eles [os outros países] querem. E eles precisam chegar a um acordo)”, disse Trump, destacando que os Estados Unidos estão se tornando “(mais fortes a cada dia)”.
A fala sinaliza um possível reposicionamento na postura de Washington diante da China, num momento em que o mercado global observa atentamente cada passo das negociações comerciais.
Trump sinaliza transição nas relações comerciais com a China
Durante conversa com jornalistas na última terça-feira (22), o presidente dos EUA, Donald Trump, adotou um tom mais conciliador em relação à China, sinalizando que as tarifas sobre produtos chineses poderão ser reduzidas significativamente — embora não eliminadas.
“É verdade, 145% é muito alto, e não será tão alto”, reconheceu. Segundo ele, a nova tarifa “cairá substancialmente, mas não será zero”.
Trump afirmou que os EUA atravessam um “período de transição” nas relações comerciais, e que, embora as negociações com a China envolvam pontos sensíveis, existe espaço para um entendimento. “Estamos indo bem com a China. Estamos indo bem com todos, acho que quase todos os países, todos querem se envolver com os Estados Unidos”, disse.
Ao comentar o desempenho dos mercados, o republicano observou que “o mercado de ações subiu bem”, mas ressaltou que esse processo de reorganização econômica exigirá tempo. “No fim das contas, temos algo que eles querem e é preciso encarar dessa forma”, afirmou.
Trump também reforçou que os países que optarem por fabricar seus produtos em território americano poderão ser beneficiados com isenções: “Eles não precisam pagar se vierem e criarem seus próprios empregos”.
Apesar de manter sua retórica de firmeza, Trump deixou claro que pretende adotar uma abordagem mais cordial com Pequim. “Não vou dizer: ‘Ah, vou jogar duro com a China’. Não, vamos ser muito gentis. Eles vão ser muito gentis e vamos ver o que acontece”, declarou, destacando sua boa relação com o presidente chinês, Xi Jinping. “Seremos muito bons para a China, tenho um ótimo relacionamento com o presidente Xi.”
Mesmo assim, o presidente advertiu que, sem um acordo comercial, a China terá dificuldades para continuar acessando o mercado americano.
“No final das contas, eles precisam chegar a um acordo, porque, do contrário, não vão conseguir negociar nos Estados Unidos”, disse.
Trump também mencionou que a tarifa de 145% está relacionada a uma série de fatores, incluindo o combate ao fentanil, mas garantiu que a nova alíquota “não chegará nem perto desse número”.
Ele concluiu a entrevista com otimismo: “Acho que eles ficarão felizes e que viveremos juntos muito felizes. Idealmente, trabalharemos juntos. Acho que vai dar muito certo”.