Em relatório enviado nesta terça-feira (3), o UBS manteve sua visão negativa para o dólar norte-americano no segundo semestre de 2025, mesmo após uma leve estabilização da moeda nas últimas semanas.
O banco recomenda aproveitar eventuais repiques do dólar para reduzir exposição e reforçar posições em moedas como o euro, a coroa norueguesa, o peso mexicano — e o real brasileiro, ainda que em menor grau.
Na avaliação do UBS, a combinação de fundamentos econômicos frágeis, risco de escalada tarifária e um presidente abertamente contrário a um dólar forte deve continuar pressionando a divisa norte-americana nos próximos meses.
A projeção do banco é que o euro valorize frente ao dólar e atinja a faixa de US$ 1,15 a US$ 1,20, enquanto a moeda brasileira tende a acompanhar o movimento global de enfraquecimento do dólar, sustentada por fatores locais favoráveis.
Impacto da política comercial norte-americana, segundo UBS
No documento, o UBS destacou que, embora o governo de Donald Trump tenha adiado a imposição de tarifas mais agressivas, a incerteza sobre a política comercial americana continua elevada — com novo prazo decisivo marcado para 9 de julho.
“O adiamento não é uma resolução. O risco de novas tarifas segue no radar e pode reacender a aversão ao risco”, afirmou o banco, de acordo com a Exame.
Desaceleração da economia dos EUA
No front doméstico, a leitura do UBS é de que a economia dos EUA deve desacelerar, especialmente após o fim do impulso gerado pela antecipação de compras e investimentos no início do ano, em meio às incertezas provocadas por Trump.
A projeção é que o Fed (Federal Reserve) corte os juros duas vezes até o fim do ano, mesmo que a inflação suba temporariamente em razão das tarifas. “O espaço para alta adicional de juros é limitado, mas o risco de novos cortes é real e crescente”, avalia o banco.