Os Estados Unidos implementaram um novo programa piloto que exige caução de até US$ 15 mil (cerca de R$ 82 mil) para a emissão de vistos americanos. O Departamento de Estado confirmou, nesta terça-feira (5), que a medida visa reduzir os casos de estrangeiros que permanecem no país após o vencimento do visto.
Inicialmente, apenas os cidadãos da Zâmbia e do Malaui precisarão pagar o valor como garantia. No entanto, o governo do presidente Donald Trump deixou claro que pode incluir novos países a qualquer momento, desde que respeite o aviso prévio de 15 dias.
Visto americano com caução ainda não atinge brasileiros
Embora o Brasil não esteja nesta etapa, o governo norte-americano avisou que pode alterar a lista durante o programa. O Departamento de Estado publicará os anúncios no site oficial Travel.State.Gov, sempre com pelo menos 15 dias de antecedência.
Além disso, ao divulgar novos países, o Departamento de Estado comprometerá-se a apresentar os motivos que justificam a aplicação da caução. Com isso, o governo tenta aumentar a transparência do processo e reforçar o controle migratório.
Visto americano com caução pode custar até R$ 82 mil
A partir de 20 de agosto, os consulados americanos passarão a exigir cauções em três faixas: US$ 5 mil, US$ 10 mil ou US$ 15 mil. A cobrança será aplicada aos vistos B-1 (negócios temporários) e B-2 (turismo, lazer ou tratamento médico).
Segundo o comunicado oficial, a faixa intermediária será a mais comum. O valor, contudo, será reembolsado se o visitante cumprir todas as regras e deixar o país dentro do prazo estipulado.
Visto americano com caução limita entrada a três aeroportos
Além da caução, os viajantes autorizados terão que entrar nos Estados Unidos por um dos três aeroportos designados: Boston Logan, John F. Kennedy (Nova York) ou Washington Dulles. Caso contrário, poderão ter a entrada recusada.
Portanto, seguir todas as orientações será essencial para evitar transtornos. O Departamento de Estado enfatizou que o descumprimento pode até impedir a emissão correta de um documento de saída.
Visto americano com caução retoma plano anterior de Trump
Essa política, na verdade, ressuscita uma proposta lançada por Trump ainda em 2020. Na ocasião, o governo tentou implementar um programa semelhante, mas a pandemia da COVID-19 obrigou o cancelamento da iniciativa. Naquele momento, mais de 20 países estavam na lista, incluindo Afeganistão, Irã, Líbia e Guiné-Bissau.
Agora, com o decreto 14159 — “Protegendo o Povo Americano Contra a Invasão” — Trump busca consolidar uma nova fase de endurecimento migratório. Segundo dados do Departamento de Segurança Interna, mais de 500 mil estrangeiros ultrapassaram o tempo permitido de permanência nos EUA somente em 2023.
Assim, o governo norte-americano tenta conter o avanço da imigração irregular com medidas mais rígidas, mesmo que restritas a um número reduzido de países — ao menos por enquanto.