Investidores aumentam cautela para junk bonds chineses

O não pagamento dos juros da dívida da Evergrande trouxe uma alerta para o setor imobiliário chinês.

Com as dúvidas sobre o possível calote da incorpora chinesa Evergrande unido ao recente caso do não pagamento de US$ 205,7 milhões (cerca de R$1,06 bilhão) da também chinesa Fantasia Holdings, os investidores passam a aumentar a sua cautela quanto aos bonds high yield, ou junk bonds.

Os bonds high yield são títulos de alto risco de companhias com baixas capacidades creditícias, ou seja, há uma chance maior do emissor não honrar.

O não pagamento dos juros da dívida da Evergrande trouxe uma alerta para o setor imobiliário chinês, que foi impulsionado pela situação da Fantasia Holdings, o que levou ao rebaixamento de ratings de muitas empreiteiras endividadas. A agência de classificação Fitch rebaixou a nota da Evergrande e do Grupo imobiliário chinês Fantasia.

Contudo, vale destacar que o alto endividamento na China gira em torno de 160% do Produto Interno Bruto (PIB). A partir disso, as agências de ratings têm emitido alertas regulares em relação à qualidade dos ativos que chegam a tais níveis.

Analistas apostam em um movimento do governo chinês para, ao menos, amenizar a situação da Evergrande, o que de fato está sendo feito, as autoridades estão incentivando a compra de ativos da incorporadora por estatais.

No mês passado, como foi antecipado pela BP Money, a chinesa fez um acordo com o governo e brevemente deve se tornar uma estatal.

O cenário conturbado que preocupa investidores vem em meio a uma desaceleração do crescimento do PIB global, uma crise energética – que afeta a maior parte dos países, especialmente a China- e problemas persistentes na cadeia de suprimentos.

 

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