Economia

IPCA-15 de outubro representa boa notícia para BC; entenda

O IPCA-15 apresentou uma desaceleração de 0,21% em outubro, após ter avançado 0,35% em setembro

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), a prévia da inflação oficial do País, foi divulgado na última quinta-feira (26). O indicador apresentou uma desaceleração de 0,21% em outubro, após ter avançado 0,35% em setembro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar da variação mensal ter superado ligeiramente a previsão de 0,20% do consenso Refinitiv, Felipe Spritzer, fundador e CEO da Portfel, empresa de consultoria de investimentos do Grupo Primo, viu com bons olhos o IPCA de outubro.

De acordo com o especialista em finanças, o número apresentou mais uma desvalorização e deu um sinal ao Banco Central de que os recentes cortes da Selic não estão gerando um crescimento da inflação.

“Embora os números do IPCA-15 tenham vindo acima do esperado pelo mercado, essa diferença foi bem pequena. Na medida em que o núcleo da inflação continua em trajetória de queda, o indicador foi uma boa notícia para o país. Do ponto de vista monetário, o Banco Central tem agora mais uma confirmação de que os cortes na Selic não estão gerando um efeito inflacionário”, explicou Spritzer ao BP Money.

Agora, segundo o CEO da Portfel, a expectativa fica para os dados finais sobre a inflação, que poderão impactar as próximas ações do BC. Nos últimos meses, a diretoria da autarquia tem discutido internamente a possibilidade de promover cortes “mais fortes” da taxa Selic.

“​O que fica, agora, é a expectativa para os dados finais sobre a inflação. Isso será importante para conseguirmos acompanhar até onde o Copom será capaz de reduzir a taxa básica de juros, algo que costuma ser positivo para a economia. Isso tanto pelo consumo mais amplo, como pela possibilidade de expansão dos negócios graças ao custo mais baixo dos empréstimos”, pontuou.

IPCA-15 de outubro não deve mudar cenário sobre juros

Apesar do número representar uma boa notícia ao Banco Central, Fabricio Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, não acredita que a instituição financeira irá mudar sua estratégia de corte de juros.

“Em âmbito geral, essa questão sobre a dinâmica de serviços, o ponto de atenção ainda é o mercado de trabalho que vem se mostrando resiliente. Perante essa situação, devemos se manter alertas, mas esses dados dão um bom respiro e uma sinalização para um processo de desaceleração estável pela frente”, disse Gonçalvez ao BP Money.

“Referente a todo esse contexto vejo uma Selic em patamares de 10,75%, mas não acredito que esses pontos positivos sejam suficientes para fazer o Banco Central acelerar o passo de queda de 0.50 para 0.75 ponto percentual nas próximas reuniões”, reiterou.