
A prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA-15, perdeu força pelo quarto mês consecutivo e ficou em 0,26% no mês de junho, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado foi impactado novamente pelo aumento das contas de luz (+3,29%), que limitaram o efeito da primeira queda de preço dos alimentos desde agosto de 2024.
IPCA-15 desacelera para 0,26% em junho
A prévia da inflação oficial medida pelo IPCA-15 subiu 0,26% em junho, abaixo das expectativas do mercado, que projetavam alta de 0,3%.
O resultado representa o quarto mês seguido de desaceleração e é o menor para um mês de junho desde 2023, quando o índice variou apenas 0,04%.
Em maio, a taxa havia sido de 0,36%.
Com o dado de junho, o IPCA-15 acumula alta de 5,27% em 12 meses, marcando o segundo mês consecutivo de desaceleração da taxa anual. Ainda assim, é o maior patamar para esse intervalo desde 2022, quando o indicador chegou a 12,04%.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, a prévia da inflação registra avanço de 3,06%.
Com o IPCA-15 acumulando alta de 3,06% no primeiro semestre, a inflação medida pela prévia superou 4,5% em todos os meses de 2025 até agora.
Se o mesmo padrão se repetir no IPCA fechado de junho, o Banco Central poderá ser obrigado a enviar uma carta formal ao Ministério da Fazenda explicando o descumprimento da meta de inflação.
Pela regra atual do regime de metas, o objetivo definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para este ano é de 3%, com limite de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, entre 1,5% e 4,5% no acumulado de 12 meses.
Para evitar o estouro da meta no semestre, seria necessário que o IPCA de junho registrasse deflação de pelo menos 0,57%, o que é considerado improvável.
Alimentos puxam leve deflação
O grupo de alimentos e bebidas registrou queda de 0,02% em junho, primeira deflação desde agosto do ano passado, quando recuou 0,8%.
O resultado foi influenciado pela baixa de 0,24% nos preços dos alimentos consumidos em casa.
Itens que vinham pressionando o orçamento das famílias deram trégua, como o tomate (-7,24%), o ovo de galinha (-6,95%), o arroz (-3,44%) e as frutas (-2,47%). Por outro lado, produtos como café moído (2,86%) e cebola (9,54%) continuaram a subir de preço.
Já a alimentação fora do domicílio manteve alta de 0,55%, embora tenha perdido força em relação a maio, quando o índice foi de 0,63%.