IPCA-15 tem alta de 0,16% em outubro, aponta IBGE

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,80% e, em 12 meses, de 6,85%, abaixo dos 7,96% dos 12 meses anteriores

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), a prévia do índice oficial de inflação do Brasil, registrou inflação de 0,16% em outubro, após ter mostrado deflação de 0,37% em setembro, apontou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado na manhã desta terça-feira (25). 

“A expectativa do mercado era de 0,05% de inflação, então tivemos um resultado maior do que o esperado. A gente começa a ver uma redução no impacto dos incentivos, principalmente nos transportes, combustíveis e energia, apesar desse indicador ainda ter tido uma queda neste mês”, afirmou Fortunato Carvalho Junior, assessor e economista da SVN investimentos, ao BP Money. 

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,80% e, em 12 meses, de 6,85%, abaixo dos 7,96% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2021, a taxa foi de 1,20%.

O resultado foi influenciado mais uma vez pela queda no grupo dos Transportes (-0,64%), que contribuiu com -0,13 ponto percentual (p.p.) no índice do mês. Além disso, houve recuo também nos preços de Comunicação (-0,42%) e Artigos de residência (-0,35%). 

“Houve uma relevante queda da influência das medidas subjacentes da redução tributária, tomadas antes das eleições, principalmente em serviços. O dado de hoje trouxe perspectivas mais brandas para as divulgação futuras do índice, apesar de ainda exigir cautela, pois pode haver força dos preços industriais subjacentes e da defasagem dos combustíveis em relação à paridade internacional”, destacou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA.

No lado das altas, as maiores variações vieram de Vestuário (1,43%) e Saúde e cuidados pessoais (0,80%).

IPCA-15: queda nos transportes deve-se a recuo nos combustíveis

Assim como em setembro, a queda do grupo Transportes (-0,64%) deve-se ao recuo no preço dos combustíveis (-6,14%). Etanol (-9,47%), gasolina (-5,92%), óleo diesel (-3,52%) e gás veicular (-1,33%) tiveram seus preços reduzidos no período de referência do índice.

A gasolina contribuiu com o impacto negativo mais intenso (-0,29 p.p.) entre os 367 subitens pesquisados. Houve queda também em ônibus urbano (-0,60%), com a redução dos preços das passagens aos domingos em Salvador (-6,38%), a partir de 11 de setembro.

Ainda em Transportes, no lado das altas, destacam-se as passagens aéreas (28,17%), cujos preços aceleraram em relação a setembro (8,20%). Em ônibus intermunicipal (0,42%), houve reajuste de 12,00% em Fortaleza (7,52%), a partir de 1º de setembro, e de 5,00% em Porto Alegre (2,39%), a partir de 4 de outubro. Outros subitens importantes, como emplacamento e licença (1,72%) e conserto de automóvel (0,64%) seguem em alta.

Outro grupo em queda em outubro foi Comunicação (-0,42%), cujo resultado foi influenciado pela redução nos pacotes de acesso à internet (-1,69%) e nos planos de telefonia móvel (-1,35%). Além disso, houve queda nos preços dos aparelhos telefônicos (-0,87%).

Após a queda de 0,47% em setembro, o grupo Alimentação e bebidas registrou alta de 0,21% em outubro. O resultado foi puxado pela alimentação no domicílio (0,14%), cujo resultado havia sido de -0,86% no mês anterior. Contribuíram para isso as altas das frutas (4,61%), da batata-inglesa (20,11%), do tomate (6,25%) e da cebola (5,86%). Por outro lado, os preços do leite longa vida (-9,91%), do óleo de soja (-3,71%) e das carnes (-0,56%) continuaram em queda.

“A gente começa a ver um aumento, principalmente na parte de consumo, como alimentação e bebida, vestuário, entre outros. Parte desse aumento pode ser explicado por um maior poder aquisitivo das famílias com a inserção do Auxílio Brasil”, analisou Fortunato. 

Nove das 11 áreas pesquisadas tiveram variações positivas em outubro. A maior variação ocorreu em Brasília (0,56%), influenciada pela alta nos preços das passagens aéreas (37,59%). Já a menor variação foi registrada em Curitiba (-0,24%), puxada pela queda da gasolina (-6,58%). 

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de setembro a 13 de outubro de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de agosto a 14 de setembro de 2022 (base).

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