Inflação

IPCA 2024: Grupo Alimentação e Bebidas se destaca com alta de 7,69%

O grupo contribuiu em 1,63 ponto porcentual (pp) para a taxa acumulada do IPCA no período acumulado de 2024

Foto: Bebidas/CanvaPro
Foto: Bebidas/CanvaPro

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024, medidor oficial da inflação, finalizou 2024 com alta de 4,83%, acima do teto da meta. Entre os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (10), se destacou o grupo Alimentação e Bebidas, com avanço de 7,69% no ano.

Com essa porcentagem de avanço, o grupo contribuiu em 1,63 ponto porcentual (pp) para a taxa acumulada do IPCA no período.

Na sequência, a segunda maior pressão partiu de Saúde e cuidados pessoais, com aumento de 6,09% e impacto de 0,81 pp, enquanto o segmento de Transportes subiu 3,30% em 2024 e levou um impacto de 0,69 pp ao IPCA.

Nas outras linhas que formam o índice, todos os grupos tiveram aumentos. A Habitação registrou alta de 3,06%, o grupo Despesas Pessoais avançou 5,13%, enquanto Artigos de residência cresceu 1,31% no ano. 

Já o segmento Comunicação subiu 2,94%; Vestuário teve alta de 2,78%; e Educação finalizou o período com avanço de 6,70%.

IPCA está dentro do previsto e não muda previsões para os juros

IPCA de dezembro subiu um pouco abaixo do previsto, mas segue dentro das expectativas e reforça o pessimismo do mercado para a economia, avaliam especialistas. A inflação fechou o ano a 4,83%, percentual acima do teto da meta, de 4,5%

“O cenário não mudou, e é de continuidade de subida de juros, nessa magnitude de 1%. Acho que veio muito em linha com a expectativa nossa e do mercado”, comenta o estrategista de investimentos e sócio da The Hill Capital, Marcelo Bolzan.

Além disso, os números apontam para um novo pico de inflação em janeiro, avalia o analista de investimentos do Andbank, Fernando Bresciani.

O índice divulgado nesta sexta-feira (10) mostrou uma alta de 0,52% na inflação brasileira, ante estimativas do “Broadcast” de um avanço de 0,53%. A inflação cresceu em relação a novembro, quando o IPCA foi de 0,39%.

“Hoje (10 de janeiro) tem uma possibilidade das curvas de juros cederem um pouco. Como o dado veio um pouquinho abaixo, então pode ser que o mercado entenda isso como um bom número”, diz Bolzan, lembrando que, para o futuro, os números indicam uma trajetória mais pessimista.

O economista Maykon Douglas também não espera grandes mudanças. “O IPCA fechou o ano como se esperava, com qualitativo muito ruim e novamente acima da meta“, comenta. A projeção de Douglas é de que o índice feche o ano em 5,1%.

“As pressões no dólar são o principal risco nesse cenário, que dependerá bastante de temas como a política econômica nos EUA e a percepção sobre o fiscal doméstico”, explica o economista.

Por sua vez, o conselheiro do Corecon-SP Carlos Eduardo de Oliveira Júnior defende que a inflação de 4,83% em 2024 não é tão alarmante e está apenas “um pouco acima da meta de inflação”, com uma alta em dezembro puxado pelos alimentos, que tiveram um aumento de preços “natural”, considerando a alta do consumo sazonal no fim do ano.

Dessa forma, o conselheiro projeta uma inflação dentro da meta em 2025. “É óbvio, você tem que ter uma preocupação um pouco maior e isso acaba impactando principalmente o Banco Central (…), mas por outro lado a gente percebe também que vários outros índices estão dentro da meta de inflação”, comenta.