Abaixo do esperado

IPCA, medidor da inflação, recua para 0,21% em junho

Com a taxa de junho, o resultado acumulado nos últimos 12 meses foi de 4,23%, ante 3,93% até maio e contra a meta de inflação de 3%

IPCA
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal medidor da inflação brasileira, recuou para 0,21% em junho, contra uma aceleração de 0,46% em maio, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado ficou abaixo do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que apostava em uma inflação de 0,32% no mês.

Com a taxa de junho, o resultado acumulado nos últimos 12 meses foi de 4,23%, ante 3,93% até maio. O resultado fica acima da meta de inflação de 3% a ser perseguida pelo BC (Banco Central).

No resultado acumulado no primeiro semestre de 2024, o IPCA teve alta de 2,48%. Em igual período de 2023, o aumento acumulado foi de 2,87%.

IPCA: altas e baixas de junho

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta no mês. O maior impacto veio de Alimentação e bebidas (0,44%), com 0,10 p.p. de contribuição.

A alimentação no domicílio desacelerou de 0,66% em maio para 0,47% em junho. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). No lado das quedas, destacam-se a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e as frutas (-2,62%).

A alimentação fora do domicílio (0,37%) registrou variação menos intensa na comparação com o mês anterior (0,50%). Os subitens lanche e refeição desaceleraram: de 0,78% para 0,39%, e de 0,36% para 0,34%, respectivamente.

A maior variação no mês, no entanto, veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,54% e 0,07 p.p. de contribuição. O resultado foi influenciado pelos perfumes, que subiram 1,69% em junho.

Já a alta dos planos de saúde (0,37%) decorre do reajuste de até 6,91% autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025.

No grupo Habitação (0,25%), a alta da taxa de água e esgoto (1,13%) aconteceu após reajustes tarifários de 9,85% em Brasília (9,19%), a partir de 1º de junho; de 6,94% em São Paulo (2,05%), a partir de 10 de maio; e de 2,95% em Curitiba (1,61%), a partir de 17 de maio.

No subitem gás encanado (-0,49%), o resultado do Rio de Janeiro (-1,61%) decorre de redução média de 1,75%, a partir de 1º de junho.

Ainda em Habitação, a alta da energia elétrica residencial (0,30% e 0,01 p.p.) foi influenciada pelo reajuste tarifário de 6,76% aplicado em Belo Horizonte (5,98%), a partir de 28 de maio.

No grupo Transportes (-0,19%), houve queda na passagem aérea (-9,88% e -0,06 p.p.). Em relação aos combustíveis (0,54%), o óleo diesel (-0,64%) e o gás veicular (-0,61%) tiveram recuo de preços, enquanto a gasolina (0,64%) e o etanol (0,34%) registraram alta.