IPCA
IPCA / Foto: Divulgação

A inflação oficial do país voltou a acelerar em setembro. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,48%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A variação ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado, de 0,52%, conforme levantamento do Projeções Broadcast. No acumulado em 12 meses, a taxa passou de 5,13% para 5,17%, enquanto o índice no ano soma 3,64%.

O resultado mensal foi igual ao do IPCA-15, prévia da inflação divulgada há poucas semanas, e representa a maior alta para setembro desde 2021, quando o índice avançou 1,16%.

Entre os grupos que mais influenciaram o resultado, Habitação teve o maior impacto positivo (0,45 ponto percentual), refletindo o aumento nas contas de luz após o fim do efeito do Bônus de Itaipu e a volta da bandeira tarifária vermelha patamar 2.

Já Alimentos e bebidas registraram queda (-0,06 p.p. no índice geral), com deflação na alimentação no domicílio (-0,41%) e desaceleração da alimentação fora de casa (0,11%).

“Assim como o IPCA-15, o IPCA surpreendeu para baixo e mostrou uma desaceleração nos preços dos serviços subjacentes. No entanto, essa dinâmica refletiu fatores temporários, como seguros de veículos e cinemas”, avalia Maykon Douglas, economista.

Segundo ele, o núcleo de inflação segue em torno de 5% em 12 meses, ainda acima da meta.

“Mantemos o cenário de desinflação lenta, sobretudo na parte subjacente. Isso deve levar o Copom a manter uma postura cautelosa, adiando o corte de juros para o primeiro trimestre de 2026, até que as expectativas de inflação mostrem queda sustentada e o mercado de trabalho comece a se moderar”, completa.