O Copom (Comitê de Política Monetária) vem alertando, desde o primeiro trimestre de 2024, para as dificuldades do “segundo estágio” do trabalho pós-pandemia de levar a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), para a meta. Na segunda-feira (9), a projeção do Boletim Focus para a Selic foi de 10,50% para 11,25% ao final de 2024.
O IPCA de agosto foi divulgado na manhã desta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No acumulado de 12 meses, o indicador recuou de 4,5%, exatamente o intervalo superior da meta a ser perseguida, para 4,24%, entre os meses de agosto e setembro.
A inflação de agosto teve o primeiro resultado negativo do ano, afastando-se do limite superior da meta e, possivelmente, reduzindo a pressão sobre o ciclo de altas da Selic (taxa básica de juros) que o Copom deve iniciar na semana que vem. Mesmo assim, os dados apontam que o cenário para a condução da Selic pelo BC (Banco Central) segue desafiador.
Após a divulgação dos resultados, as taxas de juros futuros recuaram, com operadores prevendo menor possibilidade de alta de 0,5 p.p. (ponto percentual) e maior chance de elevação de 0,25 p.p. da Selic na semana que vem. A informação é do “Valor”.
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O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) relativo ao mês de agosto foi uma surpresa boa para o mercado: o dado registrou deflação de -0,02%, a primeira em 14 meses, e ficou ainda mais abaixo das expectativas de recuo do índice.
No ano, a inflação acumulada é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%. O esperado por analistas era um IPCA quase estável em +0,01% e, na comparação anual, 4,29%.
O indicativo de arrefecimento na inflação depois de muito tempo levantou dúvidas sobre o comportamento do Copom (Comitê de Política Monetária) na reunião do dia 18. Afinal, as expectativas de aumento da Selic se mantém? Especialistas consultados pelo BP Money divergem na avaliação.
