Dados econômicos

IPCA sobe 0,16% em março, abaixo do esperado pelo BC

No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%; estimava de analistas para a inflação em 12 meses era de 4,01%

IPCA
Consumo/ Foto: reprodução/Fernando Frazão

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou alta de 0,16% em março, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (10).

O resultado ficou aquém do esperado pelo BC (Banco Central), que previa um incremento de 0,24%.

Em comparação a fevereiro, o dado ficou 0,67 ponto percentual abaixo. No mês anterior, o medidor da inflação no país cresceu 0,83%, acima das expectativas do mercado.

No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%. A estimava de analistas para a inflação em 12 meses era de 4,01%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, seis tiveram alta em março. A maior variação veio de Alimentação e bebidas, de 0,53%. Na sequência, veio o grupo Saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,43%.

No campo negativo, o destaque foi a queda de Transportes (-0,33%). Os demais grupos ficaram entre o -0,13% de Comunicação e o 0,33% de Despesas pessoais.

Para Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o resultado veio “melhor que o esperado pelo mercado”.

O especialista explica que a alta no grupo de Alimentos e Bebidas foi impulsionada, principalmente, pelos impactos climáticos na produção, enquanto, no destaque de baixa, o segmento de Transportes foi puxado pela desaceleraçao no preço dos combustíveis.

Fernandes chama atenção ainda para o destque negativo da inflação de Serviços, que voltou a subir.

“Isso pode voltar a pressionar a inflação, algo que o BC vem batendo na tecla, e acredito que pode impactar no ritmo de cortes da SELIC ao longo do ano. Pode alterar as perspectivas do mercado de um corte de -0,50% em junho para -0,25%”, explica Andre.

Segundo Maykon Douglas, economista da Highpar, as métricas mostram um qualitativo “mais benigno”, “com números abaixo do esperado em serviços e serviços subjacentes, embora o segundo não tenha se desacelerado ante o resultado anterior”.

O economista destaca ainda que, diante de uma retomado do crédito e da resiliência do emprego e da renda, é preciso ter cautela para a política monetária. “Porque impacta, justamente, a inflação sensível à demanda”, diz Maykon.