Economia

IPCA sobe 0,26% em setembro, puxada por alta na gasolina

Dado ficou abaixo do esperado, o consenso Refinitiv estimava inflação de 0,34% no mês e variação de +5,27% na comparação anual

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, apresentou uma alta de 0,26% em setembro, após subir 0,23% em agosto.

Nesse sentido, o resultado foi impulsionado pela alta de 2,80% da gasolina, subitem com a maior contribuição individual (0,14 p.p.) no IPCA divulgado na manhã desta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, a inflação acumulada é de 3,50% e, nos últimos 12 meses, de 5,19%, acima dos 4,61% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2022, a variação havia sido de -0,29%.

No entanto, vale destacar que o resultado ficou abaixo do esperado. O consenso Refinitiv estimava inflação de 0,34% no mês e variação de +5,27% na comparação anual.

“A gasolina é o subitem que possui maior peso no IPCA. Com essa alta, acaba contribuindo de maneira importante para o resultado do mês de setembro”, explica André Almeida, gerente do IPCA.

Assim, dentre os nove grupos de produtos e serviços submetidos à análise, o setor de Transportes se destacou com o maior impacto positivo, contribuindo com 0,29 pontos percentuais, e apresentando a maior variação de 1,40%. 

Setores que impulsionaram a alta do IPCA

Vale destacar que, dentro deste grupo, as passagens aéreas sobressaem-se como a segunda maior variação mensal, com um aumento de 13,47%, contribuindo com 0,07 pontos percentuais para o IPCA, depois de ter registrado uma queda de 11,69% em agosto.

No setor de transportes, o item relacionado a combustíveis, que engloba a gasolina, registrou um aumento de 2,70%. O aumento de preços é atribuído ao aumento do óleo diesel em 10,11% e do gás veicular em 0,66%, embora tenha ocorrido uma queda de -0,62% nos preços do etanol. 

Além disso, o aumento de 0,42% nos preços de ônibus intermunicipais é influenciado pelo reajuste de 12,90% aplicado em Salvador, que contribuiu com 2,62% para esse aumento, a partir de 10 de agosto.

Outro fator relevante que contribuiu para as altas foi observado no grupo de Habitação, que registrou um aumento de 0,47% nos preços em setembro, em comparação com agosto. Com uma influência substancial no grupo, a energia elétrica residencial apresentou um aumento de 0,99%, contribuindo com 0,04 pontos percentuais para o índice de preços.

“Influência de reajustes tarifários aplicados em três áreas de abrangência da pesquisa”, justifica André, citando as revisões em São Luís (10,74%), com reajuste de 10,43% com vigência a partir de 28 de agosto; em Belém (3,00%), com aumento de 9,40% válido a partir de 15 de agosto; e em Vitória (0,65%), onde o reajuste de 3,20% vigorou a partir de 7 de agosto.