Puxado por gasolina e passagem aérea

IPCA volta a acelerar, sobe 0,38% em julho e atinge teto de 12 meses

A inflação toca a meta e pressiona ainda mais o orçamento das famílias

Foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas
Foto: Roberto Parizotti/FotosPublicas

Em julho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma variação de 0,38%, acelerando em relação ao 0,21% observado em junho. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação anual oficial do Brasil subiu para 4,50%, superando o 4,23% dos 12 meses anteriores, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.

No acumulado de 2024, o IPCA soma 2,87%. Contudo, a inflação dos últimos 12 meses é o dado mais preocupante, alcançando 4,50%.

O desempenho de julho superou as previsões do mercado, que aguardava um aumento de 0,35% nos preços. Para o acumulado anual, a expectativa era de uma alta de 4,47%.

Inflação é impulsionada por gasolina e passagem aérea

O aumento reflete uma aceleração dos preços, principalmente devido aos altos custos nos setores de Transportes e Habitação.

O grupo Transportes foi o principal responsável pelo avanço do índice, com uma variação de 1,82%, contribuindo com 0,37 ponto percentual ao índice geral. 

O aumento foi impulsionado por uma alta significativa nas passagens aéreas (19,39%) e na gasolina (3,15%). Outros combustíveis, como o etanol (5,90%) e o óleo diesel (1,03%), também apresentaram aumentos relevantes, exacerbando a inflação.

No grupo Habitação, que registrou uma variação de 0,77% e impactou o índice em 0,12 ponto percentual, a energia elétrica residencial foi o principal fator de pressão. 

A implementação da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, elevou as contas de luz. No entanto, algumas regiões, como São Paulo, experimentaram uma redução média de -2,43% nas tarifas de energia.

Grupo de alimentação e bebidas tem 1ª deflação em nove meses

O grupo Alimentação e Bebidas registrou uma deflação de 1% e contribuiu negativamente com 0,22 ponto percentual. Essa foi a primeira queda no grupo em nove meses, resultado da melhora na oferta de alimentos frescos.

“É a maior queda desde agosto de 2017, quando havia caído 1,07%. Os alimentos vinham puxando as altas nos últimos meses, mas ajudaram a controlar os preços neste mês”, diz André Almeida, gerente de pesquisa de IPCA.

Veja o resultado dos grupos do IPCA:

  • Alimentação e bebidas: -1,00%;
  • Habitação: 0,77%;
  • Artigos de residência: 0,48%;
  • Vestuário: -0,02%;
  • Transportes: 1,82%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,22%;
  • Despesas pessoais: 0,52%;
  • Educação: 0,08%;
  • Comunicação: 0,18%.