O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma análise nesta sexta-feira (27) a qual prevê uma estabilidade no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2021, com base em indicadores desagregados da indústria, comércio e serviços.
De acordo com a pesquisa, os especialistas projetam para 2021 e 2022 um crescimento de 4,8% e 2% respectivamente, seguindo a previsão da última Visão Geral, realizada em junho.
Outro ponto abordado foi a recuperação do setor de serviços, que teve destaque entre os setores produtivos e que deve continuar sendo estimulado no segundo semestre deste ano com o avanço da vacinação covid-19.
Conforme ressaltou o Ipea, dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que a produção física da indústria teve recuo de 2,5% no segundo trimestre. O segmento das indústrias extrativas, por outro lado, registrou número positivo diante do crescimento de 4,8%, estimulado pela alta nos preços internacionais de commodities e pela alta nas importações mundiais. Já a indústria de transformação teve queda de 3,8%, com a escassez de matéria-prima e aumento de custos, fator que restringe a oferta em alguns segmentos.
Os pesquisadores do Ipea ressaltam que alguns fatores podem impactar no desempenho econômico futuro, como a crise hídrica e a piora no quadro de contágio da covid-19, com a rapidez da contaminação pela variante delta.
“O crescimento previsto para 2022 possui um viés de baixa, ou seja, no final de setembro, quando revisaremos novamente o nosso cenário macroeconômico, existe uma chance de que essa previsão para o crescimento do PIB seja reduzida”, afirmou Leonardo Mello de Carvalho, um dos autores do estudo.