"Inflação da porta de fábrica"

IPP: soja e cana-de-açúcar pressionaram a indústria, diz IBGE

No caso da soja, a safra meor e o volume de exportações maior afetaram a disponibilidade

Foto: Pixabay
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O resultado da inflação à indústria em abril sentiu a pressão dos produtos derivados da soja e da cana-de-açúcar, segundo Felipe Câmara, analista do IPP (Índice de Preços ao Produtor) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

Conforme dados do IBGE, a chamada “inflação da porta de fábrica” subiu 0,74% em abril, sem impostos e frete. Sendo a terceira alta seguida, com 20 das 24 atividades expressando aumento.

“Para entendermos a dinâmica inflacionária corrente, é importante lançar luz sobre as cadeias da soja e da cana-de-açúcar, mais especificamente sobre o preço do óleo de soja e do etanol na porta da fábrica”, comentou Câmara, segundo o “Valor”.

No caso da soja, a safra menos produtiva e o volume de exportações maior afetaram sua disponibilidade, pressionando o preço para cima, disse o analista. 

Enquanto isso, o etanol sofreu influência da opção das usinas no direcionamento da moagem de cana para produção de açúcar e o baixo preço relativo comparado à gasolina, dando, assim, oportunidade para remarcação no preço do álcool, explicou Câmara.

Dessa forma, o aumento dos bens de consumo em maio foi um dos impactos gerados, cujos 0,89% influenciaram em 0,33 ponto percentual o resultado de 0,74% do IPP. 

“Para entendermos a dinâmica inflacionária corrente, é importante lançar luz sobre as cadeias da soja e da cana-de-açúcar, mais especificamente sobre o preço do óleo de soja e do etanol na porta da fábrica”, afirmou.

IPP: preços ao produtor sobem 0,74% em abril

IPP (Índice de Preços ao Produtor) registrou alta de 0,74% em abril, o terceiro resultado positivo seguido, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa terça-feira (28). No acumulado do ano, o IPP subiu 0,99%.

Já no acumulado de 12 meses, o índice continuou negativo em -3,08%. Em abril de 2023, o IPP tinha sido -0,35%.

Das atividades industriais acompanhadas pelo IBGE, as variações mais intensas foram observadas em papel e celulose (3,99%); indústrias extrativas (-3,58%); fumo (2,49%); e farmacêutica (2,10%).

O setor de Alimentos foi o de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação com março. A atividade foi responsável por 0,19 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 0,74% da indústria geral.

Ainda neste quesito, outras atividades que também sobressaíram foram indústrias extrativas, com -0,19 p.p. de influência, papel e celulose, com 0,12 p.p., e refino de petróleo e biocombustíveis, 0,08 p.p.