
Trabalhadores que recebem até R$ 7.350 por mês podem ter alívio no bolso a partir do próximo ano.
O Senado aprovou o projeto que eleva a faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5 mil mensais, além de estabelecer descontos graduais para rendas de até R$ 7.350.
A proposta ainda aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deve entrar em vigor em 2026, com efeitos na declaração de 2027.
Veja o que muda e quem será beneficiado:
1. O que muda?
A faixa de isenção do IR sobe para R$ 5 mil, e quem ganha até R$ 7.350 terá redução no imposto pago.
Para compensar a perda de arrecadação, o governo criará taxação progressiva de até 10% sobre lucros e dividendos de quem recebe mais de R$ 600 mil por ano.
O texto também mantém isenções para governos estrangeiros, fundos soberanos e entidades de previdência no exterior, além de prever repasses a estados e municípios e alívio tributário para cartórios.
2. Quem será beneficiado?
Segundo o economista Bruno Carazza, cerca de 15 milhões de contribuintes deixarão de pagar ou pagarão menos imposto.
Em contrapartida, entre 140 mil e 150 mil pessoas, que recebem mais de R$ 50 mil por mês, passarão a contribuir mais.
3. Quando começa a valer?
Se o projeto for sancionado ainda este ano, as novas regras entram em vigor a partir de janeiro de 2026, afetando a declaração do IR feita em 2027.
4. Quanto dá de economia?
Quem recebe R$ 5 mil mensais deve ter ganho líquido de cerca de R$ 312,89 por mês, enquanto rendimentos de R$ 7 mil garantem alívio de R$ 46,61 mensais (ou R$ 605,87 no ano, com o 13º).
5. O valor é bruto ou líquido?
A isenção vale sobre o rendimento bruto, e quem tem mais de uma fonte de renda só será beneficiado se a soma não ultrapassar R$ 5 mil mensais.
6. Quem ganha acima de R$ 7.350?
Para rendas acima dessa faixa, nada muda. A tabela progressiva do IR continua a mesma, com isenção até R$ 3.036 pela regra atual.
7. Como o governo vai compensar a perda?
O impacto estimado é de R$ 25,8 bilhões em 2026.
Para equilibrar as contas, a nova tributação sobre lucros e dividendos incidirá sobre quem ganha mais de R$ 600 mil por ano. Parte dessa arrecadação será repassada a estados e municípios.
Segundo estimativas oficiais, ainda haverá superávit de R$ 12,7 bilhões até 2027, valor que ajudará a reduzir a alíquota da CBS, prevista na Reforma Tributária.
8. Os mais ricos vão pagar mais?
Sim. Quem ultrapassar R$ 600 mil por ano será tributado de forma gradual, com alíquota mínima de 0,000017%, que cresce conforme a renda aumenta.
O objetivo é corrigir distorções, já que muitos altos rendimentos são declarados como lucros isentos.
9. Vai mudar a declaração do IR?
Ainda não há definição sobre mudanças no processo de declaração. A Receita Federal deve detalhar ajustes após a sanção da lei.
10. Quem é CLT será afetado?
Não. Para quem tem carteira assinada, nada muda — o imposto segue sendo retido na fonte, conforme a tabela progressiva atual, de até 27,5%.