O ano não começou muito bem para o mercado de fertilizantes, que viu seus preços caírem em janeiro. Entre os mais impactados estão os produtos nitrogenados, o que faz com que a relação de troca seja mais favorável ao agricultor que vê alta nas cotações de grãos, segundo a análise feita pelo Itáu BBA nesta quinta-feira (3).
Os nitrogenados, como amônia e o ácido nítrico, tiveram um menor volume adquirido pela Índia no último leilão de compra, o que acentuou a redução dos preços nas primeiras semanas do ano.
“A redução nas cotações dos adubos, somada à valorização dos preços de soja, milho, café e algodão neste início de ano, melhoram as relações de troca, mesmo que levemente, sobre os níveis do fim do ano passado”, destacou o banco em relatório.
O banco disse que os preços dos macronutrientes em patamares elevados podem reduzir a demanda por fertilizantes, sendo esse apenas um dos pontos negativos desse cenário.
Com o final do inverno no Hemisfério Norte, a tendência é de que os preços de gás natural arrefeçam e as plantas paralisadas voltem a produção, o que vai aumentar a disponibilidade dos macronutrientes, especialmente dos nitrogenados.
A ureia (CFR Brasil), um dos derivados, está em torno de US$ 600 por tonelada, ante mais de US$ 800 dólares no final de 2021. No entanto, alguns fatores altistas limitam a queda dos preços globais dos insumos.
“Entre o final de janeiro e o início de fevereiro, os EUA e a Europa sazonalmente aumentam o volume de compras para as aplicações para a safra de primavera e sustentam o preço até o final do 1º trimestre”, comentou o Itaú BBA.
A instituição também lembrou que a China, principal produtora de fosfatados e nitrogenados do mundo, mostrou avanço do contágio da variante Ômicron do coronavírus no país, o que pode manter o mercado atento caso haja paralisação na indústria ou nos portos para evitar a disseminação do vírus.