Economia

Itaú eleva projeção para Selic a 15,75% em 2025

Além dos dois aumentos já indicados pelo BC, a previsão do Itaú indica mais duas elevações de 0,75 p.p. nas reuniões do Copom em maio e junho

Tesouro Selic ou Tesouro IPCA+
Tesouro Selic ou Tesouro IPCA+ (Foto: Pixabay)

Em nova revisão sobre a Selic (taxa básica de juros), o Itaú aumentou a previsão anterior e acredita que ela possa chegar a 15,75% ao ano no final de 2025. O banco apontou para a desancoragem adicional das expectativas de inflação e maior deterioração do real no último mês como razões para a projeção de um aperto mais acentuado nos juros pelo BC (Banco Central).

A Selic foi elevada em 1 ponto percentual na última reunião do BC sob comando de Roberto Campos Neto, em dezembro, fechando o ano de 2024 a 12,25% ao ano. 

Além disso, o Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude nas primeiras duas reuniões do ano, o que levaria a taxa a 14,25%.

Desde então, no quesito inflação, as expectativas para este ano e o próximo têm piorado. O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (20), mostrou que os analistas consultados pelo BC preveem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) – medidor oficial da inflação – marcando uma alta de 5,08% e 4,1% em 2025 e 2026, respectivamente.

“Real mais depreciado e expectativas desancoradas indicam a necessidade de avançar ainda mais em território contracionista”, apontou a nota do Itaú assinada pelo economista-chefe Mário Mesquita, de acordo com o “InfoMoney”.

“Caso haja nova rodada de depreciação da moeda e/ou deterioração adicional das expectativas, não é possível descartar uma extensão do ciclo e eventualmente, uma postergação dos cortes em 2026”, acrescentou.

Além dos dois aumentos já indicados pelo BC, a previsão do Itaú indica mais duas elevações de 0,75 ponto percentual na terceira e na quarta reuniões do Copom no ano, em maio e junho. A expectativa de recuo da Selic ficou apenas para 2026, com cortes que levem a taxa de volta aos 13,75%.

Em paralelo a isso, com relação à inflação, o Itaú aumentou sua estimativa de alta do IPCA em 2025 em 0,8 ponto percentual, a 5,8%, e previu avanço de 4,5% em 2026, de 4,3% na projeção anterior.

Itaú BBA mantém Marcopolo (POMO4) como preferida do setor

Marcopolo (POMO4), maior fabricante de ônibus do Brasil, foi reforçada como preferida do Itaú BBA do setor, junto com a Tegma (TGMA3), isso porque ambas empresas têm balanços desalavancados e microfatores sólidos para enfrentar o cenário de taxas de juros mais altas.

A previsão do mercado é que a Selic (taxa básica de juros) possa chegar a 15% ao ano em 2025. O Itaú BBA vê a Marcopolo sendo negociada a um dividend yield (dividendo sobre o valor da ação) de 7%, enquanto a Tegma está mais perto de 13%, tanto em uma base recorrente quanto substancialmente acima de seus níveis históricos. 

Na avaliação da equipe do banco, um novo patamar de preços em seu segmento está beneficiando a Marcopolo, permitindo margens duas vezes maiores do que no passado, sem sinais de deterioração. 

Isso deve resultar em um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão para 2025, que somado a um pagamento de 50%, significa um dividend yield de 7% para 2025. Sendo assim, o Itaú BBA manteve a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 10,50.

No caso da Tegma, o ponto de destaque é o caixa líquido, executando uma operação de ativos leves em um setor com tendência positiva para tarifas, segundo o “InfoMoney”. Com isso, BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 44.