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Itaú vê 2026 como ano para acelerar rentabilidade; XP reitera compra

Segundo os analistas, o discurso da gestão combina disciplina e pragmatismo, com crescimento seletivo

Foto: Divulgação/Teletime
Foto: Divulgação/Teletime

A XP Investimentos reiterou a recomendação de compra para as ações do Itaú Unibanco (ITUB4), com preço-alvo de R$ 45, após participar de evento promovido pelo banco no Rio de Janeiro.

Segundo os analistas, o discurso da gestão combina disciplina e pragmatismo, com crescimento seletivo, remodelagem operacional e cautela com novas modalidades de crédito.

Para a casa, 2025 deve ser um ano de execução e consolidação, preparando o terreno para aceleração da rentabilidade a partir de 2026.

O principal recado do banco foi de transformação operacional disciplinada, ancorada em eficiência estrutural e digitalização.

Entre os temas discutidos, destacaram-se os empréstimos consignados privados, os avanços apresentados e a dinâmica da inadimplência diante das atuais condições financeiras.

Empréstimos consignados privados


A XP destacou que a gestão do Itaú vê os empréstimos consignados privados como um produto promissor, com potencial para beneficiar a economia brasileira.

No entanto, ainda há incertezas sobre o impacto dessa modalidade em métricas de risco de outros produtos do sistema financeiro, especialmente em segmentos de baixa renda.

Segundo a XP, trata-se de um produto com menor risco de crédito, dadas as garantias existentes, o que resulta em taxas de juros mais baixas e maior potencial de alavancagem para o cliente. Mesmo nas primeiras operações, a inadimplência permanece dentro do esperado.

Condições financeiras e qualidade do crédito


A qualidade do crédito foi outro tema recorrente nas reuniões. Investidores questionaram se, diante das condições financeiras atuais, a inadimplência não deveria estar mais elevada.

A XP destacou que o Itaú promoveu, nos últimos três anos, um importante processo de desrisco da carteira, permitindo atingir os menores níveis de inadimplência (NPL) em pessoas físicas.

No segmento de pequenas e médias empresas (PMEs), a XP lembra que já havia sido sinalizada uma normalização da inadimplência, atenuada pela originação de crédito com garantia governamental.

No sistema como um todo, o endividamento segue elevado, sobretudo entre clientes de baixa renda, mas impactos relevantes nos indicadores de crédito ainda não se materializaram, dado o acesso contínuo dessas famílias a crédito.

Eficiência e digitalização


O aumento da digitalização do relacionamento com clientes faz parte da estratégia de transformação disciplinada do Itaú. O plano de desativar o mainframe até 2028 é considerado um marco relevante no processo de modernização tecnológica do banco.

Dividendos e retorno ao acionista


Apesar do payout elevado, entre 65% e 70% nos últimos dois anos, a XP lembrou que a política de dividendos do banco está ancorada no apetite de capital. Ajustes podem ocorrer conforme o cenário de crescimento, com espaço para reinvestimentos ou aumento de dividendos.