Primeiro trimestre

J.P Morgan: real tem recuperação em linha com emergentes

O dólar mais fraco e com expectativas de moderação no crescimento nos EUA possibilitaram um cenário mais tranquilo para o Brasil

Foto: Colagem BP Money
Foto: Colagem BP Money

Estrategistas do banco J.P Morgan avaliaram que o desempenho do real está semelhante ao desempenho de seus pares emergentes. O dólar mais fraco e com expectativas de moderação no crescimento nos EUA possibilitaram um cenário de crescimentos mais tranquilo para o Brasil nos três primeiros meses do ano, afirmaram.

“Não acreditamos que a política comercial dos EUA será um grande movimentador do real no curto prazo”, declararam os especialistas que enxergam um efeito limitado das tarifas norte-americanas no desempenho da moeda nacional. O banco também destacou que as eleições de 2026 trazem perspectivas de mudança na política fiscal, ajudando o câmbio.

O crescimento da avaliação negativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre margem para uma diferente orientação econômica para o futuro do Brasil. Apesar do alívio observado recentemente, a valorização está mais ancorada na diluição de agentes que pressionam o câmbio. Ainda é preciso haver mudanças significativas, segundo eles.

Cedo para consolidar tendência

A posição do estrangeiro na compra do dólar vem diminuindo e atingiu baixa de US$50 bilhões pela primeira vez desde agosto de 2023.  Com o recente aumento da Selic, além de um cupom cambial mais contido devido às rolagens dos leilões de linha pelo Banco Central, arrastar posições compradas em dólar contra o real se tornou mais custoso para os investidores, o que estaria desincentivando esse tipo de proteção para outros investimentos.

O desempenho do real figurou entre as melhores moedas na sexta-feira (14), com aumento do apetite para ativos de risco por parte dos investidores. Contudo, os estrategistas falam que ainda é cedo para consolidar uma tendência de câmbio sustentável.

Como apurou o portal Valor Investe, a primeira revisão fiscal bimestral está marcada para 22 de março e aliado ao novo orçamento (com data para 15 de abril) podem adicionar instabilidade ao mercado. O JP recomenda cautela à frente.