O Banco do Japão anunciou nesta quinta-feira (31) a manutenção das taxas de juros ultrabaixas, mas declarou que os riscos em relação aos EUA estão reduzindo um pouco. Segundo as autoridades japonesas, as condições estão se ajustando para que os juros possam ser elevados novamente.
O Banco Central do país estimou que a inflação no Japão ficará próxima à meta de 2% nos próximos anos, destacando sua intenção de continuar aumentando os custos dos empréstimos, caso a economia mantenha uma recuperação moderada.
“Analisando os dados domésticos, os salários e os preços estão se movendo em linha com nossas previsões. Quanto aos riscos de queda para as economias dos EUA e do exterior, estamos vendo as nuvens se dissiparem um pouco”, afirmou o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, segundo o “InfoMoney”.
As declarações foram menos “dovish” do que as realizadas antes da reunião de quinta-feira. Em falas anteriores, Ueda afirmou que o Banco Central poderia “se dar ao luxo de gastar tempo” analisando as consequências de riscos, como as incertezas econômicas dos EUA e a volatilidade dos mercados.
“Quanto ao momento do próximo aumento de juros, não temos uma ideia predefinida. Examinaremos os dados disponíveis a cada reunião e atualizaremos nossa visão sobre a economia e as perspectivas para decidir a política monetária”, concluiu Ueda.
Japão: exportações caem 1,7% em setembro; 1ª queda em 10 meses
As exportações do Japão caíram pela primeira vez em 10 meses, conforme dados divulgados pelo governo de Tóquio. A contração no desempenho total foi de 1,7% em setembro, em comparação com o mesmo período de 2023.
As exportações para a China, maior parceira comercial do Japão, recuaram 7,3% no mês. Já as exportações para os EUA diminuíram 2,4%, seguindo a mesma base comparativa.
Por outro lado, as importações registaram alta de 2,1% em setembro, em relação ao mesmo período do ano anterior. Com esses resultados, o Japão apresentou um déficit comercial de US$ 1,97 bilhão no mês.
O presidente do BOJ (Banco do Japão), Kazuo Ueda, justificou os números negativos em coletiva de imprensa. Segundo o “Valor”, ele atribuiu a contração aos riscos externos, como as incertezas econômicas nos EUA e a instabilidade no mercado de energia.