O Japão provavelmente entrou no mercado de câmbio pela terceira vez em 2024 para sustentar o iene logo após a divulgação dos números de inflação nos EUA na quinta-feira (11). A análise das contas do banco central japonês foi realizada pela Bloomberg.
A escala da intervenção foi de cerca de ¥ 3,5 trilhões (US$ 22 bilhões), com base em uma comparação entre o BoJ (Banco Central do Japão) e a previsão de corretoras de câmbio.
Os dados indicam que as autoridades do Japão tentaram aproveitar a elevação das expectativas de um corte de juros do Fed (Federal Reserve), banco central norte-americano, imediatamente após os dados de inflação mais fracos que o esperado nos EUA.
A suposta intervenção na véspera seria a primeira com o objetivo de impulsionar o iene quando a moeda já estava ganhando força em relação ao dólar, uma aparente alteração na estratégia do Japão de tentar conter as apostas contra a moeda desde que começou a sustentar o iene no mês de setembro de 2022.
Analistas estavam acompanhando as movimentações caso os preços ao consumidor norte-americano fossem mais aquecidos do que o esperado, o que poderia gerar um recuo das apostas em cortes do Fed e, consequentemente, uma depreciação do iene.
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“O momento da intervenção foi inesperado”, declarou, de acordo com o “Valor”, Shinichiro Kobayashi, economista-chefe da Mitsubishi UFJ Research & Consulting. “Eles queriam mostrar que têm muitas maneiras de intervir, enquanto esta batalha se arrasta sem qualquer sinal claro de luz no fim do túnel.”
BC do Japão: definir juros neutros será ‘desafio’, diz presidente
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse, no final de maio, que definir os juros neutros no país será um desafio “particularmente” difícil em comparação aos BCs de outras economias, devido ao período prolongado de política acomodatícia.
“A ausência de movimentos significativos na taxa de juros representa um obstáculo considerável na avaliação da resposta da economia às mudanças”, apontou Ueda.
De acordo com o presidente do Banco do Japão, o objetivo agora é ancorar novamente as expectativas de inflação dentro da meta de 2%, para alcançar estabilidade de preços de modo “estável” e “sustentável”.
