Estrategistas do JP Morgan (JPMC34) divulgaram, em relatório, que revisaram a posição do banco nas ações brasileiras. O movimento ocorre em meio a um cenário de possíveis riscos para papéis do País, com incertezas sobre intervenções políticas.
As especialistas Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi sinalizaram que discurso do JP Morgan (JPMC34) para justificar sua posição “overweight” (acima da média) no Brasil tem sido baseado nas menores taxas de juros, desalavancagem política e valuations baratos.
Além disso, a instituição aponta que revisar a posição é oportuno. Mesmo com expectativa de corte na taxa de juros em meados do ano, dados econômicos de países sugerem uma tendência de adiamento.
“Revisamos novamente o PIB dos EUA para 2,3% este ano, e uma inflação rígida é um risco significativo para limitar a flexibilização. O ritmo dos cortes poderá muito bem ser mais lento do que esperamos nos EUA – o mercado avalia agora apenas cerca de 75 pontos-base (pb) de cortes pelo Fed este ano, em comparação com a nossa previsão de 125 pb”, avaliam estrategistas, de acordo com o “InfoMoney”.
Vale lembrar que o Fed (banco central dos EUA) precisa de dados combinados a força do dólar para diminuir a margem para flexibilização dos mercados emergentes no segundo semestre deste ano.
Outro ponto a ser analisado é o declínio da popularidade do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O movimento pode fomentar discussões internas, aumentando o nível de ativismo político macro e micro.
“A nossa visão sobre a política fiscal também melhorou, considerando que não esperamos uma mudança de meta num futuro próximo. Quanto mais tarde isso ocorrer, menos provável será que haja um grande deslize nas despesas. Continuamos vendo a taxa Selic terminal em 9,5%, embora com alguma assimetria para um nível mais baixo, dependendo do Federal Reserve, das expectativas de inflação de longo prazo e da política fiscal”, acrescenta.
O banco também avalia que a política brasileira pode encarar uma nova fase. “Já não estamos na fase de desalavancagem política, talvez a passar para um cenário neutro”.
JP Morgan (JPMC34) comenta PL do Combustível do Futuro
A PL do Combustível do Futuro (Projeto de Lei nº 4516/2023), que prevê algumas medidas como acréscimo de percentual de gasolina e incentivo ao diesel verde, pode ser aprovado em breve, de acordo com análise do JP Morgan.
O documento da PL estabelece um aumento de 30% de etanol na gasolina, superando os 27,5% atualmente permitidos. Segundo o “InfoMoney”, estudos do JP Morgan apontam que o percentual ainda pode ser elevado para 35%.