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Juros: aumentar seria perder o juízo de vez, diz ministro do Trabalho

"Nós perdemos o juízo de vez. Não faz sentido falar em aumento de juros no Brasil, sendo o segundo juro mais alto do mundo", disse Marinho

Marinho diz que governo defende nova contribuição sindical / Foto: Agência Brasil
Marinho diz que governo defende nova contribuição sindical / Foto: Agência Brasil

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), declarou nesta segunda-feira (12) que não faz sentido elevar os juros no Brasil. Para ele, falar de um aumento da Selic (taxa básica de juros) neste momento seria “perder o juízo de vez”. Marinho também criticou o BC (Banco Central) e disse que a autarquia não está cumprindo a função de monitorar os dados de emprego.

“Nós perdemos o juízo de vez. Não faz sentido falar em aumento de juros no Brasil, sendo o segundo juro mais alto do mundo. Não faz sentido dizer que a inflação preocupa porque ela não está fora de controle”, disse Marinho a jornalistas após participar da assinatura do projeto Coalizão Aprendiz Legal, no auditório da Editora Globo, no centro do Rio de Janeiro.

Em 31 de julho, o Copom (Comitê de Política Monetária), do BC, decidiu manter a Selic inalterada em 13,75% ao ano. Na ata da reunião, o comitê declarou que não terá problemas em aumentar a Selic se achar necessário e apontou que o BC deve estar atento aos indícios de forte inflação.

De acordo com Marinho, não faz sentido trabalhar com o controle da inflação apenas pela lógica da restrição de consumo, “até porque aumentar os juros sangra ferozmente o orçamento público”, disse ele, de acordo com o “Valor”.

Campos Neto: eleições põem em dúvida queda de juros nos EUA

Roberto Campos Neto,  o presidente do BC (Banco Central), afirmou nesta segunda-feira (12) que interpreta as propostas dos candidatos na eleição presidencial dos EUA como, em grande parte, inflacionárias

Para o executivo do BC, o país norte-americano deve ter uma política fiscal expansionista com a vitória de qualquer um dos lados que disputam o lugar na Casa Branca.

Campos Neto apontou que essa percepção abre para questionamentos quanto à volta da taxa de juros do Fed (Federal Reserve) ao patamar pré-pandemia, isto por conta de um novo “modus operandi daqui para frente”.