Atividade econômica mundial

Juros: BCs devem resistir à pressão por cortes, diz FMI

Segundo a organização, flexibilização prematura pode trazer novas surpresas inflacionárias e atraso pode prejudicar economias

FMI
FMI / Foto: Divulgação

Os Bancos Centrais estão acertando ao serem cautelosos quanto às políticas monetárias e devem resistir às pressões para iniciar cortes nas taxas de juros, defende a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional) Kristalina Georgieva.

“A flexibilização prematura pode trazer novas surpresas inflacionárias que podem até exigir um novo aperto monetário. Por outro lado, atrasar demais pode jogar água fria na atividade econômica” declarou em pronunciamente nesta quinta-feira (11).

Nesta reta final, disse a diretora, é duplamente importante que os bancos centrais mantenham a sua independência, uma vez que a credibilidade política é vital na luta para restaurar a estabilidade dos preços.

Ela também defendeu que chegou a hora de reconstruir os amortecedores fiscais. “Nos últimos dois anos, defendemos a contenção da política fiscal para apoiar os bancos centrais no combate à inflação. A tónica na política orçamental é agora justificada por direito próprio. As reservas orçamentais esgotam-se e os níveis de dívida na maioria dos países são simplesmente demasiado elevados”, alertou.

Focus mantém Selic inalterada

O último Boletim Focus, do BC, manteve, pela 15ª semana consecutiva, a taxa básica de juros (Selic) em 9,0% para 2024.

Em relação aos anos de 2025, 2026 e 2027, as expectativas para a Selic também não mudaram, permanecendo em 8,50%.

BCE mantém juros inalterados e evita sinalizar data para cortes

O BCE (Banco Central Europeu) decidiu, pela quinta reunião consecutiva, manter suas taxas de juros inalteradas, como foi informado nesta quinta-feira (11).

A taxa de refinanciamento, que é a principal da região, permaneceu em 4,50%, enquanto a taxa sobre depósitos foi mantida em 4,0% e a taxa sobre empréstimos marginais continuou em 4,75%.

A decisão já estava amplamente antecipada pela maioria dos analistas de mercado, de acordo com o consenso da LSEG.

EUA: chances de corte em junho caem para 27%

As chances de corte na taxa de juros dos EUA em junho caiu de 50% para 27% nesta quarta-feira (10), segundo a ferramenta Fed Watch da CME. A redução ocorre após a divulgação dos dados de inflação (CPI) do país norte americano.

O CPI (índice de preços ao consumidor) nos EUA registrou um aumento de 0,4% em março, mantendo a mesma taxa observada em fevereiro após ajustes sazonais, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (10), pelo Departamento do Trabalho dos EUA.

O dado de março superou as expectativas, já que o consenso dos analistas da LSEG projetava uma variação de 0,3% na leitura mensal e uma inflação de 3,4% na base anual.

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