Os juros futuros encerraram a sessão desta quinta-feira (26) com forte alta, após o mercado reavaliar a trajetória da Selic (taxa básica de juros), em meio aos números do Relatório de Inflação do BC (Banco Central), divulgado nesta manhã.
O Relatório de Inflação trouxe revisões em alta para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no horizonte relevante de política monetária, além de uma inflação ainda em 3,5% no segundo trimestre de 2026, mesmo em um cenário de juros mais altos.
Ao fim do pregão desta quinta-feira, a taxa do contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) com vencimento em janeiro de 2025 registrou queda de 11%, em relação ao ajuste anterior, para 10,99%. Já a taxa do DI de janeiro de 2026 foi de 12,085% para 12,20%; o DI para janeiro de 2027, por sua vez, avançou de 12,11% para 12,245%.
O quadro externo também não auxiliou, com as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) em alta, após indicadores apontarem para uma atividade econômica e emprego fortes nos EUA. Com isso, de acordo com o “Valor”, o rendimento da T-note de dois anos avançou de 3,557% para 3,637%.
Europa: crescem apostas por corte de juros pelo BCE em outubro
O mercado está aumentando as apostas de que o BCE (Banco Central Europeu) cortará os juros novamente em outubro, em meio às evidências crescentes de que a economia da zona do euro está em desaceleração.
Os juros futuros na Europa precificaram uma chance de aproximadamente 60% de que haja uma redução de 0,25 p.p (ponto percentual) no próximo mês, ante cerca de 20% na semana passada. A precificação ganhou mais impulso após os dados dos EUA mostrarem que a confiança do consumidor norte-americano caiu inesperadamente em setembro.
O BCE reduziu os juros duas vezes em 2024 e, em sua última reunião, declarou que novas reduções dependiam dos dados. Até recentemente, o mercado esperava um corte por trimestre, mas esse cenário mudou rapidamente, com dados que apontam uma economia cambaleante.
A atividade do setor privado da zona do euro registrou contração pela primeira vez desde março, e a perspectiva para os negócios ficou negativa novamente.