Economia

Juros futuros caem no Brasil puxados por títulos dos EUA

Após feriado nos EUA, pregão retoma com queda para os yields dos Treasuries, afetando juros futuros no Brasil.

As taxas dos contratos de juros futuros encerraram esta terça-feira (20) em baixa consistente no Brasil. A negativa vem pela segunda sessão consecutiva, impulsionada pelo recuo dos rendimentos de títulos dos EUA, Inglaterra e de outros países centrais.

Após o feriado do Dia dos Presidentes na segunda-feira (19), em que não houve negociações, o pregão retomou inclinado a queda para os yields dos Treasuries (juros do Tesouro norte-americano a serem pagos àqueles que detém títulos de dívidas).

O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, sinalizou nesta terça-feira que há sinais claros de uma recuperação da economia britânica após a região ter entrado em recessão no final de 2023. Ele também acrescentou que as apostas dos investidores em relação aos cortes de juros neste ano não são irracionais. 

“O mercado está essencialmente incorporando na curva que reduziremos as taxas de juros no decorrer deste ano”, disse Bailey a parlamentares, de acordo com informações do “Investing”. As falas também deram um tom negativo para a curva de juros do país.

Juros também são afetados em outros países

No Canadá, foi divulgado nesta terça-feira que a inflação caiu mais de 3%. O dado levou os mercados a aumentarem as apostas num corte de taxas de juros do país em abril. Foi a primeira vez em sete meses que a inflação teve uma queda tão acentuada. Com isso, as apostas para um corte nas taxas aumentaram.

“Temos um movimento de fechamento global das curvas de juros. O Brasil acompanha”, disse João Ferreira, sócio da One Investimentos, ao justificar o recuo das taxas DIs (Depósitos Interfinanceiros).

A taxa DI para janeiro de 2027 atingiu a máxima de 10,025% às 9h12 (horário de Brasília) nesta terça-feira, correspondendo a crescimento de 0,004 pontos-base ante o ajuste de segunda-feira. Já às 14h47, a taxa chegou a minima de 9,945%, equivalente à queda de 0,076 pontos-base.

Nesse mesmo sentido, após a China anunciar a maior redução já vista em sua taxa de referência para o mercado imobiliário, houve um recuo quase generalizado também para o dólar ante outras divisas.