As taxas dos DIs (Depósito Interfinanceiro) — juros futuros — voltaram a recuar consideravelmente nesta quinta-feira (4), ainda repercutindo a mudança de tom no discurso do governo na véspera, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parou de criticar o BC (Banco Central), como vinha fazendo praticamente diariamente, e passou a defender o equilíbrio fiscal.
Os olhos dos investidores passaram a se focar nos contratos de juros futuros do Brasil, com o mercado de Treasuries fechado devido ao feriado nos EUA.
No fim desta tarde, a taxa de DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2024 — que reflete a política monetária de curtíssimo prazo — ficou em 10,625% ante 10,693% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2026, por sua vez, estava em 11,3%, ante 11,526% do ajuste anterior, ao passo que a taxa para janeiro de 2027 ficou em 11,62%, ante 12,843%.
Na véspera, o presidente Lula encerrou suas constantes críticas quase diárias ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, referente ao atual nível da taxa Selic (taxa básica de juros) e ao mercado financeiro. Lula chegou a defender o ajuste das contas públicas.
Durante a noite, com os mercados já fechados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), após a reunião com outros ministros e Lula, declarou que foi determinado o cumprimento do arcabouço fiscal e que a equipe econômica já encontrou R$ 25,9 bilhões em despesas a serem cortadas no Orçamento de 2025. As informações são do “InfoMoney”.
Haddad fala de taxa de juros menores como estímulo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse na quarta-feira (3) que o Plano Safra da Agricultura Familiar, além de ser o maior, também é o melhor já lançado pelo governo federal.
“Nós estamos entregando não só o maior Plano Safra da Agricultura Familiar, este é o melhor Plano Safra da Agricultura Familiar”, disse Haddad, de acordo com o “Valor”. Segundo ele, a perspectiva de diversificar a cultura produtiva “vai garantir mais segurança alimentar ao país”.
“Estamos introduzindo taxas de juros menores como estímulo à transição ecológica”, disse ele durante evento no Palácio do Planalto. “Estamos lançando Plano Safra para gente da floresta, para quilombolas, para o povo indígena. Nós estamos fazendo isso sem pular nenhum cidadão.”