Os juros futuros fecharam em alta na sessão de sexta-feira, 17. O crescimento foi mais acentuado na ponta longa, descolados dos bons resultados do câmbio e alinhados à abertura da curva norte-americana. As variações vieram após as falas de Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central).
As falas de Campos Neto, em entrevista ao “Broadcast”, contribuíram para pressionar as taxas, considerando que as declarações reforçaram a ideia de um crescimento do risco de o Copom (Comitê de Política Monetária) reduzir a Selic (taxa básica de juros) em junho.
Analistas apontaram ainda para um movimento de antecipação de eventual piora nos dados da próxima pesquisa do Relatório Focus.
Durante a semana passada, todas as taxas avançaram, mas as de curto prazo tiveram aumento em maior magnitude, o que sinalizou perda da inclinação.
No fechamento, a taxa do contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 10,375%, contra 10,352% de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 estava em 10,67%, ante 10,56% no último fechamento no ajuste. Segundo o “Suno”, a do DI para janeiro de 2027 superava os 11%.
Cortes de juros nos EUA ainda “estão distantes”, avalia BofA
Embora a desaceleração da inflação ao consumidor seja um bom sinal, não é suficiente para fazer o Fed (Federal Reserve) cortar os juros nos EUA, avaliam economistas do BofA (Bank Of America).
“A inflação pode estar rígida, mas não está se reacelerando. O Fed deve se confortar com os dados de preços de abril, mas a inflação de serviços ainda está acima da meta. A barreira para aumentos [de juros] é alta, mas os cortes ainda estão distantes”, informam, em referência ao CPI (índice de preços ao consumidor).
O índice avançou 0,3%, em comparação com a alta de 0,4% registrada em março. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a inflação ficou em 3,4%, abaixo dos 3,5% do mês anterior.