A Klabin (KLBN11) aprovou, nesta quarta-feira (21), o Projeto Figueira, o qual configura a construção de uma nova fábrica de papelão ondulado na cidade de Piracicaba (SP).
Por conta do seu elevado custo, R$ 1,57 bilhão, o investimento gerou dúvidas nos conselheiros da empresa e analistas do mercado. Eles não só questionaram o projeto em si, mas também outras questões, como alocação de capital e mecanismos de incentivo para a diretoria.
Por conta disso, a KLBN11 registra uma forte queda, de 6,76% a R$ 17,78, por volta das 10h10 (de Brasília). Isabella Saboya, membro do conselho que votou a favor do projeto, reconheceu que permanecem dúvidas sobre o projeto, mas escolheu o “benefício da dúvida”.
Já outros dois membros, Mauro Rodrigues da Cunha e Camilo Marcantonio, votaram contra, sob a justificativa de uma preocupação com o Projeto Figueira, pois tem VPL negativo em 20 anos e retorno escasso e que o projeto não era o melhor uso de capital no momento, segundo o “Infomoney”.
“Acreditamos que essas atas de reuniões, mais uma vez, esclarecerão a governança corporativa da Klabin e provavelmente não serão bem recebidas pelos investidores.” afirma analistas da XP, que consideraram o tom dos comentários de alguns conselheiros como negativo.
O Itaú BBA não acredito que o projeto irá agregar algo para Klabin (KLBN11), do ponto de vista da alocação de capital. Já que engloba um capex por tonelada de R$ 6.500, que parece maior do que as operações de M&A do setor no Brasil. Os analistas do Morgan Stanley também afirmaram que o projeto é “muito caro”, de acordo com o “Infomoney”.
Porém, os analistas do BBA enxergam alguns pontos positivos, como benefícios potenciais da integração da nova planta com seu fornecimento de matéria-prima (kraftliner), reduzindo resultados de volatilidade, e a opção da empresa de adicionar mais capacidade ao mesmo site no futuro.
Os analistas da BBA também destacaram que, por conta do pequeno porte da empresa, a transação anunciada terá um impacto limitado no endividamento da Klabin, segundo o “Infomoney”.
Pelo lado positivo, os analistas avaliaram que apesar do investimento significativo ainda a ser implantado para a fase final do projeto de crescimento Puma II, a alavancagem está em um posição confortável de 2,7 vezes (em dólares). E que a recente gestão de passivos da empresa a deixaram em uma posição de liquidez suficiente para cobrir suas obrigações até 2025.
A Ativa Investimentos tem uma visão positiva para o projeto “por sua escala e know-how, a Klabin dispõe de vantagens competitivas para obter uma boa rentabilidade neste projeto, cuja execução comprova a confiança da empresa no que faz e sua condição financeira diferenciada, que a permite pensar em projetos robustos de expansão mesmo com os desafios inerentes a dinâmica atual de mercado” afirma a empresa, segundo o “Infomoney”.
Em resumo, a BBA classifica o projeto como outperform (equivalente à compra), e tem um preço-alvo de R$ 29, frente a cotação de quarta-feira (20) de R$ 19,07. Já a XP recomenda a compra da ação, com preço-alvo de R$ 31,20, um potencial de valorização de 67,9% em relação ao preço de fechamento da véspera. E o Morgan Stanley possui avaliação equivalente à compra (overweight) para Klabin, mas com o menor preço-alvo (R$ 25).