O Livro Bege, sumário de opiniões que embasa as decisões monetárias do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano), foi divulgado nesta quarta-feira (19). De acordo com o documento, a atividade econômica dos EUA cresceu de forma modesta.
Segundo o sumário, quatro dos 12 distritos do Fed observaram atividade estável e dois citaram declínios. Para estes dois, a queda surge da “demanda lenta atribuída a taxas de juros mais altas, inflação e interrupções no fornecimento”.
No documento da instituição monetária, foi destacado que o emprego nos EUA cresceu em um ritmo modesto a moderado na maioria dos distritos do Fed. Houve relatos de arrefecimento na demanda de mão de obra, em meio a preocupações crescentes de uma desaceleração econômica.
O crescimento dos preços manteve-se elevado, de acordo com o Livro Bege. O Fed relatou aumentos significativos nos preços de insumos em uma variedade de indústrias. As expectativas são de que os aumentos de preços sigam moderados.
Livro Bege: gastos no varejo são estáveis
O Livro Bege relatou que os gastos no varejo foram relativamente estáveis, refletindo gastos discricionários mais baixos. Os revendedores de automóveis relataram a existência de uma lentidão sustentada nas vendas decorrente de estoques limitados, preços altos de veículos e taxas de juros crescentes.
A atividade de viagens e turismo aumentou fortemente. De acordo com o documento, a alta foi impulsionada pela força contínua da atividade de lazer e pela recuperação das viagens de negócios.
“A atividade manufatureira manteve-se estável ou expandiu-se na maioria dos distritos, em parte devido à flexibilização das interrupções na cadeia de suprimentos, embora houvesse alguns relatos de declínios na produção”, afirmou o documento.
De acordo com o Livro Bege, a demanda por serviços não financeiros aumentou, enquanto a atividade nos serviços de transporte foi mista. Os relatórios de demanda por caminhões e frete tiveram comportamento misto.
Na área de habitação, o aumento das taxas de hipoteca e os preços elevados das casas enfraqueceram, enquanto os imóveis comerciais desaceleraram, tanto na construção quanto nas vendas, em meio à escassez de oferta e custos elevados de construção e empréstimos.