Lucro do Itaú cresce 55,6% no 2º trimestre e atinge R$ 6,5 bilhões

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O lucro líquido do Itaú Unibanco ficou em R$ 6,543 bilhões no segundo trimestre deste ano, informou o banco nesta segunda-feira (2). O valor representa um aumento de 55,6% em relação a igual período do ano passado e de 2,3% quando comparado aos três meses anteriores.
O resultado foi impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito do banco e pela continuidade na redução de custos de crédito -movimento que o banco já vinha fazendo há alguns trimestres.
O Itaú é o segundo grande banco a divulgar seus resultados referentes ao segundo trimestre. O primeiro foi o Santander, que reportou uma alta de 98,4% no lucro, para R$ 3,979 bilhões.
Segundo relatório divulgado pelo banco nesta segunda (2), o custo de crédito do banco caiu 39,6% no período, para R$ 4,7 bilhões. O resultado acompanha a queda de 36,1% nas reservas feitas para cobrir eventuais calotes (provisões), para R$ 4,8 bilhões.
No semestre, o banco somou R$ 9,3 bilhões em provisões, queda de 48,4% em comparação a igual período do ano passado -época em que o banco havia aumentado sua reserva para calotes na tentativa de conter os impactos da crise do coronavírus. Na comparação com os três meses anteriores, as provisões subiram 9%.
“Esse crescimento [na comparação trimestral] é explicado pela maior despesa de provisão nos negócios de atacado no Brasil em função da piora de rating [nota de crédito] de determinados clientes deste segmento. Além disso, os descontos concedidos aumentaram em todos os segmentos”, afirmou o banco em relatório.
A carteira de crédito total do banco no Brasil (incluindo garantias financeiras e títulos privados) somou R$ 699 bilhões no segundo trimestre, avanço de 17,4% em relação a igual período de 2020. O destaque ficou com as concessões voltadas para pessoas físicas, que cresceram 22,2% na mesma base de comparação, para R$ 279,7 bilhões.
Os financiamentos imobiliários apresentaram o maior crescimento da categoria, de 44,4% no período, para R$ 70,5 bilhões. Os empréstimos direcionados para cartão de crédito -maior parte do crédito concedido pela instituição para pessoas físicas- tiveram alta de 21,2%, para R$ 88,3 bilhões.
A carteira de crédito para micro e pequenas e médias empresas totalizou R$ 132,6 bilhões, alta de 23,4% na mesma relação. Já os empréstimos para companhias de grande porte somaram R$ 286,7 bilhões, avanço de 10,6%.
O total da carteira de crédito do banco -considerando as operações do Itaú na Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Panamá e Uruguai- foi de R$ 909,1 bilhões, alta de 12% no período.
A carteira de crédito renegociado do banco ficou em R$ 36,2 bilhões. O valor responde por uma queda de 1,8% em comparação ao trimestre anterior, mas é 1,4% maior do que o registrado em igual período do ano passado.
O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,3%, valor estável em relação ao trimestre anterior e uma redução de 0,4 p.p. (ponto percentual) em comparação a iguais três meses de 2020.
Já o índice de calotes total de 15 a 90 dias ficou em 2,5%, alta de 0,5 p.p. em comparação ao trimestre anterior e de 1,2 p.p. ante igual período de 2020. Sem dar mais detalhes, o banco afirmou que a alta é efeito de um caso específico de um cliente da América Latina. Excluindo esse caso, a inadimplência total de 15 a 90 dias teria ficado em 1,9%.
A margem financeira do banco (principal receita, com operações de crédito), somou R$ 18,8 bilhões, alta de 5,7%. O avanço é resultado da maior margem com clientes, que subiu 2% para R$ 16,8 bilhões, e da margem com o mercado, que mostrou avanço de 52,3% no período, para cerca de R$ 2 bilhões.
As receitas com prestação de serviços atingiram R$ 10 bilhões, alta de 18,9%.
CISÃO DA PARTICIPAÇÃO NA XP
No final de julho, o Banco Central autorizou alteração societária relacionada ao Itaú Unibanco, que prevê a cisão da participação do conglomerado na XP.
O BC afirmou que não verificou nenhum risco prudencial ou concorrencial para o sistema financeiro nacional com a mudança. A operação já havia recebido manifestação favorável do Federal Reserve, o banco central americano.
Em relatório divulgado nesta segunda (2), o Itaú afirmou que o efeito dessa operação foi uma redução no ativo permanente (indicativo do patrimônio que a empresa possui, relacionado a bens ou direitos de natureza duradoura), uma queda no patrimônio líquido e um impacto nas receitas de prestação de serviços auferidos até 31 de maio.
Segundo o banco, o efeito foi neutro em termos de capital.
O patrimônio líquido do Itaú no segundo trimestre deste ano estava em R$ 136 bilhões -recuo de 7,7% em relação a igual período de 2020 e de 3,1% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
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RAIO-X DO ITAÚ NO 1º TRIMESTRE

Lucro líquido
R$ 6,543 bilhões

Carteira de crédito no Brasil
R$ 699 bilhões

Margem financeira
R$ 18,8 bilhões

ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido)
18,9%

Funcionários
98.250

Agências e pontos de atendimento
4.326

Principais concorrentes
Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander