O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer duras críticas ao presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta terça-feira (18).
Segundo o petista, Campos Neto tem lado político e “trabalha mais para prejudicar do que para ajudar o país”. Lula também disse que o comportamento do BC é a única coisa “desajustada” no Brasil neste instante.
Questionado sobre a possibilidade do Copom (Conselho de Política Monetária) decidir pela manutenção da Selic em 10,50%, o presidente disse achar “muito triste” e afirmou que “o Brasil não precisa disso”.
“Temos uma situação que não necessita essa taxa de juros. O Brasil não pode continuar com uma taxa de juros proibitiva de investimento no setor produtivo. Como você vai convencer um empresário a fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa de juros absurda? Então, é preciso baixar a taxa de juros compatível com a inflação”, prosseguiu Lula.
“A economia está andando, os empregos estão crescendo, o salário está crescendo, a inflação está caindo. O que mais nós queremos? O que mais nós queremos é atrair mais investimentos para o Brasil e que o Banco Central se comporte na perspectiva de ajudar esse país e não de atrapalhar o crescimento do país”, completou.
Lula sobre escolha do próximo presidente do BC: “trato com muita seriedade”
Com o fim do mandato de Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula terá que escolher um novo presidente para a autarquia no fim do ano. Nos bastidores, especula-se o nome de Gabriel Galípolo, atual direitor de Política Monetária do BC, como favorito.
“Eu trato com muita seriedade [a escolha do próximo presidente do Banco Central]. Eu vou escolher um presidente do Banco Central que seja uma pessoa que tenha compromisso com o desenvolvimento desse país, com o controle da inflação, mas que também tenha na cabeça que a gente não tem que pensar somente no controle da inflação. Nós temos que pensar também numa meta de crescimento”, disse Lula.
O presidente completou que será a partir do crescimento econômico e o crescimento da massa salarial que será possível controlar a inflação “com certa tranquilidade”.