O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou, nesta segunda-feira (9), os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para uma reunião no Palácio do Planalto no fim da tarde.
O tema central da conversa são as emendas parlamentares, motivo de insatisfação nas duas Casas, que podem travar votações cruciais para o governo, como a reforma tributária e o pacote fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Deputados e senadores estão descontentes com a condução do tema pelo ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), ex-ministro da Justiça do governo Lula.
Dino havia bloqueado a liberação de emendas em agosto, apontando falta de transparência em algumas delas. Posteriormente, mediou um acordo entre os Poderes para estabelecer novas regras, mas as condições impostas para os pagamentos desagradaram parlamentares. As informações são do “Valor”.
Com sinais de insatisfação no Congresso, o governo acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar flexibilizar as exigências estabelecidas por Dino.
Lula diz que está otimista com pacote fiscal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que está “muito otimista” com a divulgação do pacote fiscal do governo federal, durante fala em seminário do organizado pelo PT e pela Fundação Perseu Abramo, na sexta-feira (6). O presidente também defendeu a isenção do IR (Imposto de Renda) para os que ganham menos de R$ 5 mil.
“Estou muito otimista com o que vai acontecer neste país. E fiquei mais otimista com o lançamento do programa que nós anunciamos agora: desde a isenção para quem ganha até R$ 5 mil até a tentativa de a gente moralizar os benefícios públicos, porque nem tudo é correto. Mas, sobretudo, de a gente cobrar renda das pessoas mais ricas”, afirmou Lula, no evento.
Presidente diz que pesquisa da Quaest serve para mostrar ‘de que lado os banqueiros estão’
O presidente também fez comentários sobre a pesquisa recente da Quaest que mostrou que 90% dos analistas de 105 fundos de investimentos avaliam negativamente seu governo, ante 64% em março deste ano. Segundo ele, a pesquisa serviria para que os banqueiros mostrem “de que lado eles estão”.
“Eu vi o resultado da pesquisa Quaest. E esses banqueiros disseram que 90% deles são contra mim. Eu não fiquei nervoso, eu fiquei feliz por que eu já ganhei 10%, porque antes eram 100% contra mim. E, é muito importante que eles digam que são contra mim para que eles digam de que lado eles estão, quem é o candidato deles, qual é a política econômica que eles querem”, declarou.