Durante encontro com líderes sindicais, que aconteceu nesta quarta-feira (18) no Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender impostos sobre lucros e dividendos. O presidente afirmou em sua fala que será feita uma reforma tributária em seu governo e que manterá a sua promessa de campanha de isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil.
“Uma mudança que quero fazer é no Imposto de Renda. Nesse país, quem paga imposto de verdade é quem tem holerite, porque é descontado no pagamento. Hoje, o pobre que ganha R$ 3 mil, proporcionalmente, paga mais do que quem ganha R$ 100 mil”, disse.
O ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), afirmou, durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, o que o governo pretende votar uma reforma sobre o imposto de renda ainda no segundo semestre deste ano.
“No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto, muita gente no Brasil não paga imposto”, disse Haddad em evento em Davos. “Precisamos reequilibrar o sistema tributário para melhorar a distribuição de renda”, completou.
Já a reforma tributária sobre o consumo, que é a “primeira parte” do projeto, deve ser votada no primeiro semestre, segundo o ministro.
Lula não revogará reformas trabalhista e previdenciária, diz vice
O presidente Lula não irá revogar as reformas trabalhista e previdenciária já aprovadas no Congresso Nacional, de acordo com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB).
“Foi feita a reforma trabalhista, o presidente Lula tem colocado, não vai revogar nem trabalhista nem previdenciária, o que você pode é aprimorar, até porque o mundo é rápido, é dinâmico”, afirmou Alckmin durante uma reunião com a diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Alckmin ainda defendeu a realização de uma nova reforma tributária. “O caminho é avançarmos na terceira reforma –feita a trabalhista e a previdenciária– é a reforma tributária. E aí o papel da sociedade civil organizada será fundamental para a gente poder caminhar”, acrescentou o vice de Lula.