A possibilidade de haver um reajuste nos preços dos combustíveis da Petrobras (PETR4) foi discutida entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cúpula do governo e presidente da Petrobras, Magda Chambriard nesta segunda-feira (27) à tarde.
Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) também estiveram presentes no encontro. Até o momento, a percepção do governo era de que um reajuste seria inevitável com o dólar no nível de R$ 6,20, disseram fontes com acesso direto à Lula, em apuração da “CNN”.
No entanto, a tendência mudou com o recuo na cotação da moeda nos últimos dias, e a impressão hoje no Palácio do Planalto é de que haveria espaço para manter os preços.
Dados do economista Adriano Pires, fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), apontam que a gasolina está com defasagem de 7,54% e o diesel acumula um atraso de 15,15% em relação aos preços internacionais.
Diante do cenário, esse reajuste nos preços dos combustíveis poderia vir em um momento de queda na popularidade de Lula, após a polêmica em torno do pix e o desgaste com a inflação de alimentos, o que preocupava a ala política do governo.
Conforme uma das fontes, se a taxa de câmbio voltar para um nível de R$ 5,70 ou R$ 5,80, a Petrobras conseguiria preservar “boa rentabilidade” sem reajuste na gasolina e no diesel.
Para essa fonte, agora há boas chances de “segurar mais um pouco” o reajuste da Petrobras e “esperar para ver” os movimentos do câmbio nos próximos dias, antes de tomar qualquer decisão tida como “precipitada”.
Lula diz que deveria receber ‘prêmio’ do governador de Minas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que deveria receber um “prêmio” do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pelo projeto de lei de renegociação de dívidas. A declaração ocorreu em discurso de assinatura do contrato de concessão da BR-381/MG, nesta quarta-feira (22).
O presidente responde a críticas sobre vetos na renegociação que incluíram redução de contrapartidas e desobrigações aos estados no Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados). A legislação sancionada pode zerar juros sobre o pagamento de dívidas dos estados com a União.
“Para falar a palavra obrigado tem que ter grandeza, caráter e humildade. Esse acordo das dívidas de Minas Gerais, o governador deveria vir aqui me trazer um prêmio, um troféu de primeiro presidente da República que ele tem conhecimento, que nunca vetou absolutamente nada de nenhum governador, de nenhum prefeito por ser contra ou por ser oposição” afirmou Lula, na ocasião.
“O que nós fizemos para os estados que nao pagavam dívida, talvez só Jesus Cristo fizesse se concorresse à presidente da República”, acrescentou.
Zema não estava presente no evento, o que gerou críticas do ministro dos Transportes, Renan Filho. “Uma pena que o governador de Minas não esteja aqui. Vi o governador cobrando investimentos, mas não o vejo aqui neste momento. Parece que a cobrança é mais política e menos pela obra. Isso apequena o gestor público”, disse o ministro.