
Durante o 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil continuará buscando alternativas ao dólar nas transações internacionais, em meio ao aumento das tensões com os EUA.
“O Brasil não precisa ficar subordinado ao dólar. Já tentamos isso em 2004 com a Argentina, e podemos construir uma moeda alternativa”, disse, em referência a acordos regionais firmados durante seu primeiro mandato.
A declaração ocorre em um momento em que o governo brasileiro tenta reduzir os impactos do tarifaço de 50% imposto por Washington sobre produtos nacionais.
Lula voltou a criticar a postura do presidente Donald Trump e afirmou que o Brasil exige ser tratado “em pé de igualdade”.
“Não somos uma republiqueta. Queremos respeito pelo nosso tamanho. É inaceitável usar um argumento político para nos penalizar economicamente”, afirmou.
Sem entrar em detalhes, Lula também mencionou que os EUA já “ajudaram a dar golpe” no Brasil.
“Mas o que me importa é daqui para frente. Temos o que negociar. Temos tamanho, postura e interesses próprios”, completou.
Tom estratégico
O presidente ponderou, no entanto, que há limites na forma como o Brasil deve conduzir o confronto com os norte-americanos.
“Não posso falar tudo o que penso. Tenho que falar o que é possível”, disse, sinalizando preferência por manter canais de diálogo abertos.
Ele citou uma frase do cantor Chico Buarque como referência para a condução da política externa: “Não fala fino com os EUA, nem grosso com a Bolívia”.