Selic em 10,50%

Lula diz que Brasil "está perdendo" com decisão do Copom

O presidente também voltou a questionar a autonomia do BC, aprovada pelo Congresso durante o governo de Bolsonaro

Presidente Lula
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) que manteve a taxa de juros (Selic) em 10,50% a.a. Segundo ele, o Brasil “está perdendo” com isso.

“Foi uma pena que o Copom manteve, porque quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro. Porque quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro. Isso tem que ser tratado como gasto”, disse Lula em entrevista à  Rádio Verdinha,

Durante a conversa, Lula também voltou a questionar a autonomia do BC (Banco Central), aprovada pelo Congresso Nacional por meio de lei complementar, durante o governo de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu fui presidente [durante] 8 anos. O presidente da República nunca se mete nas decisões do Copom e do Banco Central. O [Henrique] Meirelles tinha autonomia comigo tanto quanto tem esse rapaz de hoje. Só que hoje o Meirelles era uma pessoa que eu tinha o poder de tirar, como o Fernando Henrique Cardoso tirou tantos, como outros presidentes tiraram tantos. Aí resolveram entender que era importante colocar alguém, que tivesse um Banco Central independente, que tivesse autonomia. Ora, autonomia de quem? Autonomia para servir quem? Autonomia para atender quem?”, afirmou o presidente.

Lula acusa Campos Neto de ter ‘lado político’ e prejudicar o país

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer duras críticas ao presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta terça-feira (18).

Segundo o petista, Campos Neto tem lado político e “trabalha mais para prejudicar do que para ajudar o país”. Lula também disse que o comportamento do BC é a única coisa “desajustada” no Brasil neste instante.

Com o fim do mandato de Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula terá que escolher um novo presidente para a autarquia no fim do ano. Nos bastidores, especula-se o nome de Gabriel Galípolo, atual direitor de Política Monetária do BC, como favorito.

“Eu trato com muita seriedade [a escolha do próximo presidente do Banco Central]. Eu vou escolher um presidente do Banco Central que seja uma pessoa que tenha compromisso com o desenvolvimento desse país, com o controle da inflação, mas que também tenha na cabeça que a gente não tem que pensar somente no controle da inflação. Nós temos que pensar também numa meta de crescimento”, disse Lula.