O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) analisou que o acordo comercial anunciado nesta sexta-feira entre o Mercosul e a UE (União Europeia) “é muito diferente” daquele divulgado em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Lula, a nova versão incorporou temas que são indispensáveis para o bloco sul-americano.
“As condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar temas relevantes para o Mercosul. Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar, ciência e tecnologia”, disse o presidente Lula.
Além disso, um alongamento dos prazos para abertura do mercado automotivo do Mercosul está previsto no texto, “resguardando a capacidade de fomento do setor industrial”, disse Lula.
O acordo cria mecanismos para evitar a retirada unilateral de concessões alcançadas na mesa de negociação, segundo o político.
Em paralelo a isso, o presidente destacou o reconhecimento, por parte dos europeus, dos esforços feitos pelos países do Mercosul para o combate às mudanças climáticas.
“Após dois anos de intensas tratativas, temos hoje um texto moderno e equilibrado, que reconhece as credenciais ambientais do Mercosul e reforça nosso compromisso com o Acordo de Paris”, salientou Lula.
O presidente da República mencionou ainda o reposicionamento do Mercosul no cenário internacional e os próximos passos do bloco, ao qual a Bolívia foi incorporada definitivamente e passou a ter o Panamá como membro associado. Lula também citou o próximo acordo que deve ser firmado, desta vez com os Emirados Árabes.
Lula comemora resultado positivo do PIB no 3TRI24
O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,9% no terceiro trimestre, razão que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a comemorar nas redes sociais.
“Continuamos com o PIB crescendo e criando mais emprego e renda na mão dos brasileiros”, escreveu Lula na rede X (antigo Twitter), junto com uma notícias sobre o avanço acima do esperado pelo mercado.
Além de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, também questionou sobre avaliações de que a economia aquecida exige juros mais altos. Ele defendeu que na formulação da Selic (taxa básica de juros), o BC (Banco Central) ignore a inflação dos alimentos e da energia.
“Em relação à questão da inflação, eu gosto do modelo norte-americano, do Fed, o BC americano, que tem duas missões: uma missão é emprego, estimular a economia; a outra missão é preço, evitar a inflação. Mas ele não leva em consideração dois componentes: alimento e energia”, disse Alckmin em entrevista no Palácio do Planalto.
“Alimento é muito clima, choveu, não choveu. Então, não adianta aumentar os juros, se não vai chover por causa disso, ou deixar de chover. Então, ele exclui alimentos. Você só prejudica a economia e encarece o custo de capital”, continuou o vice-presidente, segundo o “Valor”.
Alckmin também defendeu que energia, altamente atrelada ao preço do petróleo, é uma questão de “geopolítica mundial, guerra”.
“Não adianta aumentar os juros que não vai baixar o preço do petróleo, de energia. Ele retira desse cálculo energia e alimentos. Aí, sim, você tem uma cesta melhor para avaliar a política monetária para evitar a inflação”, afirmou.