O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue otimista com o resultado econômico do Brasil este ano e voltou a falar, nesta quarta-feira (18), sobre a expectativa acima das projeções do mercado. Para ele, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro crescerá “acima de 3,5%”.
O comentário de Lula sobre o desempenho satisfatório da economia brasileira veio logo após mencionar que o país já havia contrariado as projeções no ano passado, pois entregou um crescimento de “quase 3%”.
“Quem leu o jornal no dia 1º de janeiro de 2023 tinha a ideia de que o país não ia crescer, de que o país estava atrofiado”, disse Lula durante solenidade de sanção da Lei Geral do Turismo.
O presidente também lembrou que chegou a fazer um alerta à dirigente do FMI (Fundo Monetário Internacional) que se manifestou sobre possibilidade de baixo crescimento em 2023 durante encontro dos países do G7 em Hiroshima, no Japão, evento onde o Brasil esteve como convidado.
“Outra vez este ano o tal do mercado começou a falar que a economia não vai crescer, porque as coisas estão ruins, porque está tudo errado”, disse Lula.
“Presta atenção no que vou falar: a economia vai crescer acima de 3%, e vamos chegar acima de 3,5%”, acrescentou.
Lula ressaltou ainda que o Brasil tem a menor taxa de desemprego dos últimos 15 anos e todas as categorias profissionais, entre os que fizeram acordo, receberam aumento de salário acima do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medidor oficial da inflação no País.
Para o presidente da República, a melhora das condições de renda da população ajuda no desempenho da economia.
Alta dos juros e decisão de Galípolo: como Lula deve reagir?
Todos os sentidos estão voltados para as decisões quanto às taxas de juros dos EUA e do Brasil nesta ‘superquarta‘. O mercado vê um afrouxamento na política monetária lá fora, enquanto, no cenário interno, a alta da Selic é dada como certa. Mas, afinal, como se comportará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante disso?
Especialistas consultados pelo BP Money avaliam que Lula será crítico à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de subir os juros.
Para Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, a reação do mandatário deve ser “enérgica”, com condenações, sobretudo, ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, “mesmo tendo consciência que há uma decisão colegiada”.
Segundo o economista Bruno Corano, tudo indica que o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, votará a favor do aumento, o que “levanta um questionamento”, já que ele foi o indicado do presidente para suceder Campos Neto na presidência da autarquia.
“O próprio [Gabriel] Galípolo deve votar a favor do aumento e isso mostra, de fato, uma visão técnica e não política, o que é muito bom. Caso isso se concretize, o receio que tínhamos do Galípolo se tornar um instrumento de manobra do governo dentro do banco central não de se confirmar”, destacou Corano.