Empréstimo e captação

Lula quer reduzir spread bancário e de custo do crédito mais rápido

O spread bancário se refere à diferença entre os juros cobrados pelos bancos em empréstimos e os juros pagos para captar os recursos

Foto: CanvaPro
Foto: CanvaPro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou resultados rápidos do GT (Grupo de Trabalho) criado para diminuir o spread bancário e tornar o custo de crédito mais barato no Brasil enquanto a Selic (taxa básica de juros) segue alta. 

O spread bancário se refere à diferença entre os juros cobrados pelos bancos em empréstimos e os juros pagos para captar os recursos. A taxa sobre novas concessões de crédito chegou a 27,7% em agosto deste ano, segundo dados do BC (Banco Central).

O objetivo central do governo é criar ferramentas para aumentar a concorrência nos financiamentos para as pessoas físicas, principalmente através do consignado privado. Além de ampliar as garantias do crédito tomado pelas micro e pequenas empresas, segundo o “Valor”.

Lula acredita que os juros no Brasil são muito altos na ponta, sendo preciso um nível de política e dedicação maior do governo no estímulo ao crédito.

A apresentação de propostas deve ser feita no dia 10 de março, durante a reunião do Conselhão – CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável) –  conforme o cronograma fechado pelos auxiliares do presidente.

O GT do spread bancário fará a reunião inaugural nesta terça-feira (5), na sede da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em São Paulo.

Presidente da Febraban diz ser crucial saber por que spread bancários estão altos

A criação do grupo foi um pedido dos bancos ao governo, segundo o presidente da Febraban, Isaac Sidney. O executivo afirmou que as instituições não são negacionistas sobre os juros altos, mas ponderou que é preciso fazer uma discussão séria, com racionalidade econômica, sobre o tema.

“Muitos criticam e com razão, eu me incluo nisso, o alto patamar dos juros e do spread bancário no Brasil, mas a questão crucial não é se as taxas são altas, e sim por que chegaram a esses níveis”, disse Sidney. 

“Criticar é a parte mais fácil, e o grande desafio é enfrentarmos as causas dos juros altos praticados no crédito”, acrescentou.

Iniciativas que acarretem em intervenções artificiais na formação de preços dos produtos bancários, no entanto, foram rejeitadas por Sidney.

“A redução do spread não depende apenas de um ato voluntário dos bancos ou intervenções na formação de preços, como tetos, por exemplo”, comentou, segundo o veículo de notícias.

As taxas que os bancos e as fintechs praticam são muito próximas, destacou o presidente da Febraban. O que mostra, na sua avaliação, que independente de quem concede o crédito, há custos que já estão entranhados na cadeia da intermediação.

A Febraban prepara propostas para uma redução estrutural dos custos que mais pesam na intermediação financeira. A defesa dos bancos é por medidas mais efetivas de implementação do marco legal de garantias aprovado pelo Congresso em 2023, para assegurar a execução dos contratos bancários com a criação de um cadastro unificado de garantias.