"Inflação controlada"

Lula questiona se é preciso cortar gastos ou aumentar arrecadação

“O que estamos fazendo agora é verificar se há alguma área com gasto exagerado, mas sem nervosismo do mercado”, disse o presidente

Presidente Lula
Presidente Lula / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse, nesta quarta-feira (26), que é preciso questionar a necessidade de cortar gastos ou se é necessário aumentar a arrecadação.

“O que estamos fazendo agora é verificar se há alguma área com gasto exagerado, mas sem nervosismo do mercado”, disse o presidente em entrevista ao UOL.

Ainda segundo Lula, “é preciso perguntar se o gasto está sendo bem feito”. O petista completou dizendo que, em sua opinião, está.

Durante a entrevista, o presidente frisou que não se pode “gastar mais do que arrecada” e que essa regra vale “para todo mundo”. Lula disse ainda que “a inflação está controlada no país”.

O presidente da República ainda reforçou que não é possível desvincular gastos sociais do crescimento e destacou que “não quer que empresário tenha prejuízo”. “Mas quero que o empresário tenha cabeça de que, se os trabalhadores forem bem, eles vão poder comprar produtos”.

Lula aprova decreto de meta de inflação contínua

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) validou, na terça-feira (25), o decreto que altera o regime de meta de inflação atual para meta contínua a partir de 2023, com alvo em 3%. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a decisão deve ser publicado no DOU (Diário Oficial da União) nesta quarta-feira (26).

A mudança implica na busca de forma contínua pela meta da inflação, sem a exigência de atingí-la ao final de cada ano.

A validação ocorreu durante reunião com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e a ministra interina da Casa Civil, Miriam Belchior, no Palácio do Planalto.

O encontro também contou com a presença do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, que não constava na agenda de Lula.

Em junho do ano passado, Haddad anunciou que publicaria o decreto, mas isso não foi feito até o momento. Se a mudança não for publicada até a reunião do CMN (Conselho Monetária Nacional) – que acontece esta tarde – o conselho precisará definir a meta de inflação anual para 2027.

Recentemente, o ministro da Fazenda voltou a defender a alteração, sob alegação de que a meta de inflação contínua é “mais inteligente” que a meta ano-calendário. Na ocasião, Haddad também afirmou que o governo nao cogitou “em nenhum momento” alterar a meta de inflação.