A XP decidiu revisar suas expectativas para a as ações do setor de e-commerce, sinalizando os principais temas que devem ser o foco dos investidores neste ano.
Os analistas Gustavo Senday, Danniela Eiger e Thiago Suedt ressaltaram em relatório que continuam cautelosos com o setor frente ao cenário macro desafiador, aumento de juros (tanto local como globalmente) e competição.
Desse modo, a recomendação para as companhias do segmento de sua cobertura permaneceu neutra, com redução apenas preço-alvo. Americanas (AMER3) passou por uma redução do preço-alvo de R$ 45 para R$ 40 e ainda apresenta um potencial de valorização de cerca de 20% em relação ao fechamento da véspera.
Já o Magazine Luiza (MGLU3) teve o preço-alvo cortado de R$ 18 para R$ 12, um upside de 83,5% na mesma comparação. Enquanto isso, a Via (VIIA3) teve o target reduzido de R$ 10 para R$ 7, com potencial de crescimento ainda de 69%. A Enjoei (ENJU3), por sua vez, foi de R$ 7 para R$ 5 (upside de 61,3%).
Os analistas da XP analisaram que cinco temas devem ser monitorados pelos investidores em 2022. O primeiro ponto de observação é a dinâmica macroeconômica e seu impacto nos resultados, em segundo lugar eles citaram a procura por um possível ponto de virada e o piso do valuation do setor. Depois disso vemos a análise dos pilares da estratégia de ecossistema (super app, logística e fintail), seguido pelo cenário competitivo e onde está o foco de cada empresa, por último temos as fusões e aquisições.
“Concentramos nossa atenção em MGLU3 e VIIA3, pois as vemos como as mais afetadas pelo cenário macro atual. No geral, vimos uma mudança na percepção dos investidores sobre histórias de crescimento, agora priorizando crescimento e lucratividade e, portanto, olhando para um múltiplo Preço/Lucro normalizado em vez de EV/GMV (ou Enterprise Value, ou valro da firma sobre Gross Merchandise Volume, ou volume bruto de mercadorias), explicaram.
Além disso, há um certo ceticismo em relação à evolução do mix de produtos, que por sua vez se traduz em olhar para os pares internacionais mais voltados para bens duráveis.
Segundo a XP, o Magalu precisa continuar a analisando empresas que possam integrar seu ecossistema em todos os campos (fintech, geração de conteúdo, software para sellers, publicidade, marketing digital, logística) e até novas categorias de produtos, assim como alimentos, vestuário e produtos de cauda longa.
Quando se trata das Americanas, há duas principais frentes, comecando pelo fortalecimento de seu ecossistema, com possíveis alvos sendo empresas focadas em serviços (fintech, logística, publicidade), bem como categorias complementares. O segundo fator é a construção de sua vertical de franquias, por meio da compra de varejistas bem operadas que deveriam ser aceleradas com o suporte dos serviços
financeiros, logísticos e de marketing da companhia.
Sobre a Via, os analistas acreditam em um provável foco nas empresas menores, com pouco impacto na posição de caixa da companhia e complementares, tais como a aquisição da CNT. “Nesse sentido, acreditamos que o foco será em áreas como logística, publicidade digital e sortimento de produtos”, afirmaram.
Já para a Enjoei, ela pode mapear possíveis alvos ou ser visto como um. De um lado, a empresa pode adquirir marketplaces menores e nichados, como a Gringa.